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Cartel do leite em Espanha resulta em coimas de 28 milhões. Dona da Parmalat e Nestlé entre implicadas

Tribinal proferiu sentenças que sustentam a existência de um cartel do leite, entre 2000 e 2013, envolvendo oito empresas e duas associações, mas reduz valor global das impostas pela concorrência de mais de 80 milhões para 28 milhões de euros, designadamente por parte dos factos terem prescrito.

Produtores de leite acusam Continente de "dumping"
Diana do Mar dianamar@negocios.pt 21 de Fevereiro de 2024 às 23:01

A justiça atestou, esta quarta-feira, a existência de um cartel do leite em Espanha, que remonta ao período entre 2000 e 2013, envolvendo uma dezena de empresas, incluindo a Pascual, a Nestlé ou a Lactalis, dona da Parmalat, e associações do setor no país vizinho, mas reduziu as sanções impostas pela Comissão dos Mercados e da Concorrência (CNMC) de 80 milhões para o valor global de 28 milhões de euros.

A Audiencia Nacional ratificou assim a resolução da CNMC, de julho de 2019, que acusou oito empresas de lacticínios, a par com dois grémios regionais da Catalunha e da Galiza, de formarem um cartel para trocar informação comercial sensível de modo a coordenar a compra de leite em Espanha, uma infração considerada "muito grave", mas o montante das coimas impostas na altura pela concorrência foi reduzido.

De acordo com a imprensa espanhola, em concreto, o tribunal proferiu nove sentenças, uma por cada recurso, validando as coimas de 8,5 milhões de euros impostas à Calidade Pascual, de 11,6 milhões ao Grupo Lactalis Iberia e de 6,8 milhões de euros no caso da Nestlé. Deu provimento também às sanções que recaiam sobre a Central Lechera Galicia (53.310 euros) e sobre a Schreiber Food España (929.644 euros).

Relativamente às sanções, o tribunal recusou o argumento das empresas que tinham recorrido da decisão da CNMC, que as qualificaram de "arbitrárias", considerando que "estão fundamentadas e não são desproporcionais".

No entanto, acabou por dar deferimento parcial ao recurso apresentado pela Comercial Alimentaria Peñasanta (que tinha sido alvo de uma coima de 21,8 milhões de euros); pela Danone (que tinha sido visada com uma sanção de 20,2 milhões de euros); pela Industrias Lácteas Granada (10,2 milhões de euros) e, por fim, pela Asociación de Empresas Lácteas de Galicia (Aelga), por "entender que prescreveram parte dos factos investigados".

Assim, o tribunal pediu à CNMC que recalcule estas coimas tendo em conta os prazos investigados para cada uma delas, enquanto no caso da Aelga confirmou que participou no cartel, mas anulou a coima de 60 mil euros "por falta de fundamentação".

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