A Comissão Europeia fez hoje nova investida às operadoras de telecomunicações incumbentes da Europa, ao exigir à alemã Deutsche Telekom que aumente o nível de acesso dos operadores alternativos à sua rede.

O objectivo de Bruxelas é fomentar a concorrência no sector das telecomunicações, sobretudo no mercado de acesso à Internet de banda larga.

«Abrir o mercado de banda larga da Alemanha à concorrência vai originar melhores serviços e preços mais reduzidos para os consumidores», disse Viviane Reding, Comissária Europeia para o sector das telecomunicações.

Bruxelas, para além de exigir maior concorrência, decretou também que será o regulador alemão a definir o preço de acesso dos operadores alternativos à rede da operadora incumbente alemã.

As operadoras históricas europeias, regra geral, têm vindo a perder quota de mercado no fornecimento de acesso à Internet aos consumidores finais, com os novos operadores a entrarem no mercado com ofertas agressivas em termos de preços.

Os operadores alternativos, sem rede própria, têm agora a oportunidade de conseguirem um maior acesso à rede de telecomunicações alemã, o que representa uma ameaça maior para a Deutsche Telekom.

A empresa alemã, que Bruxelas considera ter um poder de mercado significativo, está a terminar a primeira fase de um investimento de 3 mil milhões de euros na construção de uma nova rede de fibra óptica, que permite a transmissão de dados a uma maior velocidade. Esta pode ser usada para transmitir televisão, sendo que a Deutsche Telekom já começou este ano a transmitir os jogos de futebol da Liga alemã pela Internet.

A Deutshe Telekom já reagiu a esta decisão de Bruxelas, considerando que esta representa um «caso claro de regulação excessiva» e que o mercado alemão até é um dos mercados europeus com maior concorrência no sector.

No segmento de ADSL, a Deutsche Telekom tem uma quota de mercado de 62% e de 60% no acesso à Internet global. Em média, de acordo com a UE, as quotas dos operadores históricos europeus, é de 50%.