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Bombardier queria projecto imobiliário e garantia de encomendas

A Bombardier queria garantias, no quadro das negociações relativas a parte da unidade da Amadora, de que a Câmara da Amadora autorizaria um empreendimento imobiliário na área que não seria ocupada pela CP. Esta era uma das condições de partida das negocia

18 de Maio de 2005 às 16:03
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A Bombardier queria garantias, no quadro das negociações relativas a parte da unidade da Amadora, de que a Câmara da Amadora autorizaria um empreendimento imobiliário na área que não seria ocupada pela CP. Esta era uma das condições de partida das negociações com a empresa pública que foi considerada inaceitável, revelou hoje o ministro das Obras Públicas.

Segundo Mário Lino, que falava na comissão parlamentar das Obras Públicas, a multinacional queria ainda assegurar a associação à Emef em qualquer concurso de manutenção ou produção a que a participada da CP concorresse e garantir a adjudicação nos concursos de material circulante em curso, o das locomotivas lançado pela operadora e o das unidade «tram-train» do Metro do Porto.

Estas condições, acrescentou, foram também recusadas já que colocam em causa as regras da concorrência. Outra exigência era a de que nas instalações da Amadora só fossem usados equipamentos da Bombardier.

O ministro esclarece que houve uma grande evolução da posição negocial da Bombardier que cedeu em algumas destas posições, o que permitiu chegar a um acordo de princípio com a filial portuguesa sobre os valores e um contrato de assistência técnica válido por dois anos.

No entanto, quando as minutas de contrato propostas pela CP chegaram ao «board» (comissão executiva) da Bombardier, começou o silêncio por parte da multinacional que pediu mais tempo para analisar os documentos do ponto de vista legal.

Depois, diz, «recebemos uma carta (da Bombardier) a dizer que não podia ser assim» e que as negociações teriam de voltar à fase inicial.

Foi nessa altura, que o Ministério decidiu avançar para a expropriação que, diz, fazia já parte dos planos apresentados pelo Governo à CP para promover a capacidade produtiva ferroviária em Portugal.

Os deputados da Oposição alertaram para o facto da expropriação, decidida pelo Governo, não abranger os equipamentos nem o «know-how» e a tecnologia necessárias à produção de comboios, mas apenas instalações e área que, por si, não permitem cumprir o objectivo de viabilizar a retoma da actividade de fabrico.

As consequências da assunção por parte da CP da Amadora para as instalações e actividades da Emef foram questões que ficaram sem resposta.

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