O projecto de um novo banco que reúne Américo Amorim e Isabel dos Santos, filha do presidente angolano José Eduardo dos Santos, deverá arrancar no final do ano, adiantou ao Jornal de Negócios Online Mira Amaral, presidente do futuro Banco Internacional de Crédito (BIC) de direito português.

Mira Amaral diz que "não é realista começar antes do fim do ano" e que está a ser feito "o trabalho de casa no sentido de afinar a estratégia do banco".

"Vai começar com uma sede em Lisboa e presença talvez no Porto, numa primeira fase. Nesse sentido, é mais um banco grossista destinado a apoiar empresas portugueses que queiram ir para Angola e empresas angolanas que queiram vir para Portugal. É um banco também destinado a gerir transferências financeiras entre Portugal e Angola e também para gerir patrimónios de angolanos na Europa. Esta é a estratégia para o lançamento do banco", explica Mira Amaral ao Jornal de Negócios, à margem de uma conferência que proferiu hoje na Faculdade de Economia da Universidade do Porto.

Sobre a origem do convite para presidir ao novo banco – no que representa o regresso de Mira Amaral a funções executivas na banca -, o ex-ministro da Indústria afirma que o processo teve início há dois meses.

"Aqui há cerca de dois meses, o senhor Américo Amorim convidou-me para jantar. Veio-me informar deste projecto, que no fundo é fazer em Lisboa um banco correspondente ao que já existe em Angola", refere. "Eu disse que sim basicamente pelas seguintes razões: gosto muito da gestão empresarial, gosto muito da banca; sou amigo do senhor Américo Amorim, em quem reconheço um grande empresário português. Além do mais, gosto muito de África. É nosso dever, da minha geração, ajudar no fomento das relações económicas entre Portugal e Angola. Perante este conjunto de condições, mostrei a minha disponibilidade para o projecto", conclui.

O BIC de Angola foi criado em 2005 e tem como principais accionistas Américo Amorim e Isabel dos Santos. Conforme a edição de hoje do Jornal de Negócios noticia, o pedido de autorização para a criação do BIC de direito português deu entrada no Banco de Portugal há um mês.