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Bezos e Musk chocam de novo. Blue Origin contesta contrato da NASA com SpaceX

A empresa de exploração espacial de Jeff Bezos contestou o contrato adjudicado à SpaceX pela agência espacial norte-americana, considerando que o processo de avaliação foi “injusto e inapropriado”.

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16 de Agosto de 2021 às 18:42
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A Blue Origin, a empresa de exploração espacial criada por Jeff Bezos, contestou o contrato atribuído pela agência espacial NASA à SpaceX de Elon Musk. Segundo a agência Bloomberg, a empresa de Bezos considera que este contrato, que tem como objetivo o desenvolvimento de tecnologia para levar humanos à Lua, não deveria ter sido atribuído à SpaceX.

Numa queixa apresentada na passada sexta-feira num tribunal federal em Washington, a Blue Origin argumenta que o processo de avaliação levado a cabo pela agência foi "injusto e inapropriado". De acordo com a agência, a queixa terá sido apresentada sob sigilo, mas os documentos onde era pedida esta medida proteção terão permitido perceber qual era o teor da queixa apresentada pela Blue Origin.

A NASA atribuiu o contrato à SpaceX no dia 16 de abril. Dez dias depois, a Blue Origin e a sua parceira neste concurso, a Dynetics, contestaram a atribuição do contrato de 2,9 mil milhões de dólares para trabalhar no módulo lunar para o regresso à Lua. Em abril, a Blue Origin apresentou protestos junto do Government Accountability Office, apontando falhas no processo.

Já no final de julho, esta entidade rejeitou os protestos da Blue Origin, indicando que a escolha da SpaceX foi feita de forma apropriada. Depois disso, a Blue Origin ainda tirou mais um trunfo da manga, com a empresa de Bezos a oferecer um desconto de 2 mil milhões de dólares à NASA. Através de uma carta assinada por Jeff Bezos, a empresa disponibilizava-se a cobrir os custos adicionais de 2 mil milhões de dólares para conseguir este contrato. Quando a Agência Espacial dos EUA escolheu a SpaceX justificou a escolha com constrangimentos orçamentais, contrariando o seu próprio plano inicial. Numa primeira fase, a agência pretendia escolher duas empresas neste contrato, com o objetivo de fomentar a competição entre duas possíveis fornecedoras.

À Bloomberg, a Blue Origin confirmou a apresentação desta contestação junto do Tribunal Federal, "numa tentativa de remediar as falhas encontradas no processo de aquisição do sistema de aterragem da NASA". "Acreditamos firmemente que as questões identificadas neste processo e os seus resultados devem ser abordados para restaurar a justiça, criação de concorrência e garantir um regresso seguro da América à Lua".

As questões orçamentais têm sido uma pedra no sapato da missão que quer levar os EUA à Lua em 2024. Na semana passada, a publicação de um relatório feito pela área de auditorias da agência espacial norte-americana sobre o desenvolvimento de fatos espaciais de próxima geração revelou custos elevados e também um atraso no desenvolvimento deste equipamento. No relatório foi explicado que a agência está a trabalhar no desenvolvimento destes fatos há 14 anos, mas que a NASA enfrenta "desafios significativos" para conseguir atingir o objetivo de ter os primeiros fatos prontos até novembro de 2024, data em que pretende regressar à Lua, na missão Artemis.

A NASA já gastou 420 milhões de dólares no projeto (cerca de 358 milhões de euros) e é esperado que ainda vá gastar outros 625 milhões de dólares (533,6 mlhões de euros). Além disso, os constantes atrasos no programa apontam que só seja possível ter os primeiros fatos prontos "em abril de 2025, no mínimo".
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