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BES inicia inquéritos no banco após investigações das autoridades
O Banco Espírito Santo e o Banco Comercial Português reagiram em comunicado às investigações das autoridades judiciárias a alegadas operações de fraude fiscal e branqueamento de capitais na banca nacional.
O Banco Espírito Santo e o Banco Comercial Português reagiram em comunicado às investigações das autoridades judiciárias a alegadas operações de fraude fiscal e branqueamento de capitais na banca nacional.
O Ministério Público confirmou hoje que está a proceder a recolhas de provas junto de várias instituições financeiras, devido às suspeitas sobre a prática de crimes de fraude fiscal qualificada e branqueamento de capitais, «que apontam para um prejuízo causado ao erário público, nos últimos três anos, de muitos milhões de euros, só em sede de IRC e IRS não pagos».
O Banco Espírito Santo, a primeira instituição financeira a ser alvo de investigações, diz que a Comissão Executiva do banco, determinou, «com carácter de urgência, acções de inquérito e de verificação, a efectuar pelo Departamento de Auditoria do banco em coordenação com o gabinete de ‘compliance’, com vista a ser verificada a regularidade dos procedimentos aplicáveis».
O banco de Ricardo Salgado confirma que o banco e as suas participadas foram objecto de acções investigatórias por parte da Polícia Judiciária e do Ministério Público. No comunicado, o BES acrescenta que «aguarda o desenrolar destas acções com tranquilidade inerente a quem está, esteve e sempre estará empenhado no cumprimento da lei e dos princípios éticos que regulam a sua actividade».
Ontem, em entrevista à RTP, Ricardo Salgado já tinha reconhecido que ninguém está acima da lei, sendo natural que o Estado tente esclarecer assuntos sobre as quais tem dúvidas. «Tenho a maior confiança na equipa do BES, pelo que não temos que temer a investigação. Poderá haver aqui ou ali alguma negligência - errar é humano -, mas a lei fundamental está a ser cumprida», afirmou.
BCP disponível para colaborar
Num outro comunicado, o BCP também reage a estas notícias, afirmando que «a prevenção da práticas deste tipo de ilícitos constitui prioridade do Banco, que dispõe dos adequados mecanismos de prevenção, auditoria e controlo».
Lembra também «que dispõe ainda de um órgão próprio transversal, o ‘Compliance Office’, que zela especialmente pelo cumprimento destas normas».
«Neste sentido, e não obstante ser norma deste Grupo não comentar notícias relativas a factos associados a investigações judiciárias ou fiscais, entendemos, pela relevância da matéria, dever reiterar a prioridade antes enunciada e afirmar a total disponibilidade para, no escrupuloso cumprimento das normas legais aplicáveis, colaborar com as entidades oficiais nos respectivos procedimentos», conclui.
Para além do BES e do BCP, a imprensa noticiou que também o Finibanco e o BPN estão a ser alvo de investigações.