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BES aumenta capital até final de 2007
O Banco Espírito Santo (BES) efectuará um aumento de capital antes do final de 2007, disse Ricardo Espírito Santo Salgado, presidente da comissão executiva do banco, em declarações à Bloomberg.
O Banco Espírito Santo (BES) efectuará um aumento de capital antes do final de 2007, disse Ricardo Espírito Santo Salgado, presidente da comissão executiva do banco, em declarações à Bloomberg.
O banqueiro respondeu, desta forma, às reservas levantadas pelos analistas em relação aos rácios de capital no final de Junho, divulgados ontem.
«Esperamos efectuar um aumento de capital. Não já, mas seguramente antes do final de 2007», adiantou Ricardo Salgado. O mesmo responsável frisa, no entanto, que existem outras formas de melhorar a solvabilidade do BES [besnn], como por exemplo, operações de securitização de créditos.
Contactada pelo Jornal de Negócios, fonte oficial da instituição, adiantou que, durante o segundo semestre, o BES efectuará uma operação deste tipo, que incidirá sobre créditos à habitação.
Quanto ao momento exacto da operação e ao seu montante, o mesmo responsável adiantou não existir ainda qualquer decisão tomada sobre o assunto.
«Existem outros instrumentos para reforçar a solvabilidade do banco», precisou a mesma fonte, adiantando que, por isso, a questão do aumento de capital não se coloca para já. O último aumento de capital efectuado pelo BES foi em 2002.
No final do primeiro semestre, o «core Tier I» do BES situava-se nos 4,75%, contra os 5,04% a 31 de Março de 2005.
O mínimo exigido pelo Banco de Portugal é de 4% sendo que, a partir de 2007, este limite mínimo subirá para os 5%. No final do semestre, os concorrentes do Banco Espírito Santo, BCP, BPI e Santander Totta, apresentaram valores de 5,2%, 6,1% e 6,7%, respectivamente.
Na referida entrevista à Bloomberg, Ricardo Salgado adiantou ainda que, atendendo à situação da economia portuguesa, todos os cuidados na tomada de riscos são poucos, uma política com repercussões ao nível da margem.
Rácios desapontam analistas
Os rácios de capital do BES desapontaram alguns analistas. Num comentário prévio aos resultados do BES, ontem, o Millennium bcp considerava que a queda do «core Tier I» resultava, sobretudo, do impacto da adopção das novas regras de contabilidade (IAS/IFRS) e da desvalorização da participação do BES na Portugal Telecom, que, no final de 2004, ascendia a 9,22%.
No segundo trimestre deste ano, as acções da operadora de telecomunicações caíram cerca de 13%.
«Com este rácio de core-TIER 1 a probabilidade de o BES ter de fazer um aumento de capital é muito grande», disse Marcos Heitor, analista do Santander, à Reuters.
Lurdes Pinho, analista do BPI realçou, segundo a mesma fonte, que vê estes resultados «como neutrais a negativos para a acção», adiantando: «acho que o capital está ‘esticado’, embora se deva ao facto de, com as novas regras contabilísticas, as menos-valias (participações) afectarem o core-capital».
Ontem, o BES encerrou a sessão a cair 0,39% para os 12,73 euros.