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Bankinter reduz lucros em 42,4% em 2020 devido à pandemia de covid-19

O espanhol Bankinter fechou 2020 com um lucro de 317 milhões de euros, o que representa uma descida de 42,4% relativamente a 2019, devido ao impacto das provisões para responder à pandemia.

O Bankinter tornou-se, em setembro, o primeiro banco a regressar aos “spreads” abaixo de 1%, com uma margem       de lucro mínima de 0,95%.
Susana Vera/Reuters
21 de Janeiro de 2021 às 08:52
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O espanhol Bankinter fechou 2020 com um lucro de 317 milhões de euros, uma redução de 42,4% relativamente a 2019, principalmente devido ao impacto das provisões feitas para enfrentar os efeitos da covid-19.

"Os resultados foram mais baixos do que estamos habituados, mas os tempos são outros", começou por afirmar María Dolores Dancausa, CEO do Bankinter, na conferência de imprensa sobre os resultados anuais realizada esta quinta-feira. Apesar da quebra nos lucros, a responsável disse estar "satisfeita" com os resultados, com o banco a ser capaz de "terminar cada trimestre com lucros".

No relatório de atividade enviado à Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV) espanhola, citado pela Lusa, a instituição sublinha que o resultado da atividade bancária recorrente do grupo - a atividade bancária ordinária sem ter em conta as provisões e os rendimentos extraordinários obtidos em 2019 - foi de 473 milhões de euros, 13,2% inferior ao de 2019.

O aumento da atividade de negócio traduziu-se em "crescimentos em todas as rúbricas de atividade": 6,8% na margem de juros; 3,6% na margem bruta; e 4,5% na margem de exploração antes de provisões.

O Bankinter termina o ano com uma rentabilidade dos capitais próprios (ROE) de 7% e um rácio de capital CET1 "fully loaded" de 12,3%, "muito acima do mínimo de 7,7% exigido pelo BCE".

O banco constituiu em 2020 provisões no montante de 242,5 milhões de euros "para antecipar o agravamento da situação macroeconómica", o que levou a que o resultado antes de impostos da atividade bancária se reduzisse para 230,5 milhões de euros, menos 62% do que em 2019.

A diminuição é explicada pela constituição de provisões para lutar contra a situação económica criada com a pandemia de covid-19 e pela ausência em 2020 das receitas extraordinárias que a instituição registou em 2019 com a compra do banco EVO.

A instituição financeira não prevê reforçar as provisões. Jacobo Díaz, administrador financeiro do Bankinter, afirmou na conferência de imprensa que estão "bastante confiantes de que os níveis de provisões que temos são os adequados". 

Portugal contribuiu com 45 milhões de euros
No relatório de atividade enviado à CNMV, o Bankinter informa ainda que o resultado antes de impostos da sucursal que tem em Portugal foi de 45 milhões de euros no ano passado, uma diminuição de 31%, devido sobretudo ao facto de o banco ter "deixado de libertar provisões" em 2020.

A sucursal do Bankinter em Portugal seguiu a "tendência" de crescimento do negócio com clientes, refere, com a carteira de crédito a crescer 7%, alcançando 6.600 milhões de euros no fim do ano.

Por outro lado, ainda em Portugal, os recursos dos clientes cresceram 6%, atingindo 4.800 milhões de euros, e os recursos geridos fora de balanço aumentaram 2%, totalizando 3.600 milhões de euros.

Quanto às margens do Bankinter Portugal, a instituição realça os "crescimentos de dois dígitos": 10% na margem de juros e 13% na margem bruta, "impulsionados pelo bom desempenho das comissões".

(Notícia atualizada com declarações da CEO e do administrador financeiro do Bankinter na conferência de imprensa.)
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