A Apritel, associação que reúne os principais operadores de telecomunicações em Portugal, apontou hoje que o modelo desenhado pela Autoridade da Concorrência para a separação da PT Multimédia do Grupo PT é um dos caminhos que poderá ser seguido para se garantir "a criação de uma dinâmica concorrencial entre as duas redes", já que esta associação não quer a PTM com a mesma estrutura accionista que a PT.

Luís Reis, o novo presidente da Apritel, referiu que a PT Multimédia ficar com a mesma estrutura accionista do Grupo Portugal Telecom é "o mesmo que separar dois gémeos siameses, que continuam a ter o mesmo pai, e dizer que já não são da mesma família", pelo que os sócios desta associação consideraram que "garantir a separação horizontal que se consubstancie numa estrutura accionista da rede de cabo que garanta a criação de uma dinâmica concorrencial entre as duas redes" é uma prioridade para este ano.

Uma decisão, porém, obtida com maioria e não com unanimidade, até porque a PT Comunicações é um dos associados da Apritel e deverá ter votado contra.

A ideia desta associação de operadores de telecomunicações é que seja seguido o modelo defendido pela Autoridade da Concorrência ainda durante a OPA da Sonaecom. Abel Mateus, recorde-se, defendeu que a TV Cabo, e as suas infra-estruturas, fossem vendidas a um investidor independente.

Além deste ponto, o novo plano de actividades da Apritel adverte que irá "pugnar para que se cumpram" as promessas em relação à separação vertical da PT Comunicações e também pela recusa destes operadores em partilharem os custos do serviço universal das comunicações fixas com o operador incumbente, leia-se a Portugal Telecom, prioridades também não definidas por unanimidade.