O empresário português Américo Amorim e Isabel dos Santos, filha do presidente José Eduardo dos Santos, são apontados pela imprensa angolana como os principais accionistas da Ciminvest, empresa que ficou com as acções que a Cimpor detinha na Nova Cimangola.

A 5 de Setembro, a cimenteira Cimpor e a Nova Cimangola assinaram um acordo, homologado pelo governo angolano, através do qual a empresa portuguesa vendeu por 74 milhões de dólares a participação de 49% que detinha no capital da maior cimenteira angolana.

Este acordo, que encerrou um litígio entre as autoridades angolanas e a Cimpor, foi aprovado pelo governo de Angola no final de Agosto, através de uma resolução que também autorizava a Ciminvest, uma sociedade de investimentos e participações, a financiar a operação.

Num comunicado que publicado nos últimos dias em toda a imprensa angolana, a Nova Cimangola revelou que foi esse financiamento que permitiu que, a 6 de Outubro, a cimenteira angolana pagasse na íntegra o valor devido à Cimpor.

O mesmo comunicado acrescenta que a resolução do governo que aprovou o acordo e autorizou o financiamento e deu indicações à Nova Cimangola para que passasse para a Ciminvest a acções que pertenciam à Cimpor.

Nesses termos, segundo este comunicado, a Ciminvest passou a ser o maior accionista da Nova Cimangola, com 49% do capital, seguindo-se o Estado angolano, com 40,2%, e o Banco Africano de Investimentos (BAI), que possui 9,52%, estando os restantes 1,28% distribuídos por accionistas angolanos individuais.

Segundo o "Semanário Angolense", na edição deste fim-de-semana, o novo accionista maioritário da Nova Cimangola é uma empresa "parcialmente detida por Isabel dos Santos e Américo Amorim".

O jornal refere que a Ciminvest "surgiu do nada para financiar esta operação", acrescentando que ela "não consta da lista de empresas financeiras disponível no site oficial do Banco Nacional de Angola (BNA)".

Por outro lado, salienta que a operação de financiamento da compra das acções à Cimpor foi feita através do Banco Internacional de Crédito (BIC), instituição em que Isabel dos Santos e Américo Amorim são accionistas, cada um com 25% do capital.

O assunto é também referido pelo jornal "Agora", que, tal como o "Semanário Angolense", lhe dá destaque de primeira página, salientando que a empresária Isabel dos Santos é uma das accionistas de referência da empresa que passou a controlar a maior cimenteira angolana.