“No seguimento da revisão em baixa do rating da República Portuguesa de A (low [que corresponde a '-']) para BBB (high [que corresponde ao '+' usado por outras agências]), a agência de rating DBRS procedeu à revisão do rating do Banco Espírito Santo para o mesmo nível do rating soberano de Portugal”, informou o Banco Espírito santo em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A agência de notação DBRS tinha ontem cortado o “rating” de Portugal de A- para BBB+, mantendo as perspectivas negativas devido à "previsão de crescimento mais fraca do que o esperado".

"O corte é apropriado devido à perspectiva de crescimento de Portugal ser significativamente mais fraca do que o esperado e aos desequilíbrios orçamentais maiores do que o esperado", escreveu a agência.

Devido a estes factores, acrescentou a DBRS, "as perspectivas para a estabilização da dívida representam um desafio maior [do que o esperado]".

"Além disso, há uma maior incerteza sobre a capacidade de Portugal se financiar a partir de meados de 2013, no contexto do Mecanismo de Estabilização Europeu", acrescenta a agência.

No comunicado, o Banco Espírito Santo informa ainda que a dívida de curto prazo “foi igualmente revista em baixa para o mesmo nível do rating soberano, passando de R-1 (low) para R-2 (high), e o outlook passou de estável a negativo”.

“A avaliação de valor intrínseco ou rating intrínseco (intrinsic assessmentt) do BES mantém-se inalterado em 'A', duas notações acima do rating da República Portuguesa”, conclui o banco.
A agência de notação financeira canadiana DBRS iniciou recentemente a cobertura do Banco Espírito Santo, com um “rating” ‘A’ (o que significa que a qualidade do crédito é boa, segundo a escala da agência) para a dívida de longo prazo e “outlook”negativo - ou seja, com melhor notação do que a S&P e a Moody’s.

Este “rating” equivalia a um ‘A-’ da S&P e da Fitch e correspondia a quatro níveis acima de “junk”. Mesmo com o corte de hoje, a dívida do BES continua a estar classificada acima de "lixo".


Recorde-se que, no passado dia 8 de Novembro, o BES anunciou que não renovava o contrato com a Fitch, depois de a agência ter cortado em três níveis o “rating” do BES no espaço de quatro meses.