A News Corporation (News Corp.) vai dividir o negócio editorial do negócio de media, que inclui o negócio de entretenimento. A decisão põe fim a anos de oposição por parte de Rupert Murdoch, líder histórico da dona de jornais nos Estados Unidos da América, Reino Unido e Austrália, à divisão dos dois negócios.

No entanto, a decisão tem lugar numa altura em que o valor dos jornais é relativamente baixo face ao dos activos de entretenimento e em que o grupo se debate com o escândalo das escutas telefónicas realizadas pelo “News of the World”. A separação das duas unidades de negócio pode permitir ganhos de mais de 30% aos accionistas da News Corp., disseram ontem duas casas de investimento citadas pela Bloomberg.

“Toda a gente está muito entusiasmada pelo que conseguimos atingir com esta separação”, disse Murdoch numa entrevista à Bloomberg por telefone. Há dois dias, Murdoch, reuniu com os editores dos jornais da editora HarperCollins e convidou-os a colocarem “todas as perguntas possíveis”. “Todos eles se foram embora muito optimistas”, disse.

Cerca de 70% dos resultados da News Corp. provêm do negócio de televisão, sendo esta área a que está em maior crescimento. O escândalo do “News of the World” já custou à News Corp. a aquisição da British Sky Boradcasting, pela qual tinha apresentado uma proposta de compra de 12 mil milhões de dólares (9,6 mil milhões de euros).

Rupert Murdoch “percebeu que pode desbloquear o máximo de valor para a empresa ao fazer isto”, disse David Bank, analistas do RBC Capital Markets, à Bloomberg. “Ele pode fazer aquilo que achar que é melhor do ponto de vista estratégico para o seu negócio editorial e está a alinhar o seu interesse de forma mais clara com os seus accionistas. Faz sentido”, acrescentou o responsável.