A Associação dos Distribuidores de Produtos Alimentares (ADIPA) considera que o acordo de rendimentos, assinado esta terça-feira, representa "um sinal positivo para a sociedade", mas defende que o Governo deve tomar medidas para que as empresas possam "acomodar os aumentos previstos".

Fundada em 1975, a ADIPA, que agrega empresas grossistas e retalhistas do comércio alimentar independente, é responsável pela negociação e revisão anual das condições do Contrato Coletivo de Trabalho destes setores com as respetivas organizações sindicais. Conta com 282 empresas associadas, as quais representam mais de 1.100 supermercados de proximidade, empregando, ao todo, mais de 21 mil trabalhadores.

Em comunicado, enviado às redações, a ADIPA aponta que "ao longo dos anos as empresas destes setores têm feito um esforço para atualizar as condições remuneratórias, nomeadamente os valores mínimos das tabelas salariais, procurando na medida do possível melhorar esses referenciais mínimos", para contrapor que, neste contexto, e apesar de tudo, o acordo "é um sinal positivo e importante para a sociedade".

No entanto, alerta para "a necessidade de serem adotadas medidas pelo Governo que permitam às empresas acomodar os aumentos previstos no acordo de rendimentos – valorização salarial e crescimento económico 2025-2028", referindo-se em concreto aos encargos suportados (pelas empresas e pelos trabalhadores) sobre salários, nomeadamente em sede de IRC, TSU e IRS.

"O tecido empresarial destes sectores, nomeadamente as micro, pequenas e médias empresas independentes, pela sua importância, constituem um elemento importante para um saudável crescimento económico que garanta a tão almejada valorização salarial", argumenta.