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"Achei que devia actuar a tempo de evitar um precedente grave"

Miguel Cadilhe avançou com a candidatura à liderança do BCP com uma lista da qual é o único proponente. Diz que “a seu tempo se saberá” os accionistas que tem seu seu lado e achou que se devia candidatar “a tempo de evitar um precedente grave”.

31 de Dezembro de 2007 às 07:54
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Miguel Cadilhe avançou com a candidatura à liderança do BCP com uma lista da qual é o único proponente. Diz que "a seu tempo se saberá" os accionistas que tem seu seu lado e achou que se devia candidatar "a tempo de evitar um precedente grave".

"Achei que devia actuar a tempo de evitar um precedente grave", afirmou ontem o ex-ministro ao jornal "Público", referindo-se à forma como está a ser conduzido o processo de eleição da próxima administração do BCP.

"Estamos perante uma grande empresa privada portuguesa, cotada, que tem o seu corpo accionista. É aos accionistas que compete decidir. Houve aqui uma confluência de influências no BCP que não me parecem saudáveis, estando nós no século XXI e na União Europeia", referiu ao "Público".

Sem querer adiantar os apoios accionistas que tem - "a seu tempo se saberá", disse ao "Diário de Notícias"- o ex-ministro considera que esta candidatura é "seguramente um protesto" à forma como o governador do Banco de Portugal conduziu todo este processo de investigação ao BCP, chamando a atenção para uma possível futura inibição no exercício de cargos no sistema financeiro, de todos os ex-membros de órgãos sociais do banco, desde 1999.

"Sou o único proponente da lista", adiantou ao "Público". "É uma lista boa e forte que vai fazer os accionistas ponderar. Os accionistas do BCP vão receber a proposta com apreço". Questionado sobre a possibilidade de retirar a sua candidatura caso tentem demovê-lo, responde com outra pergunta: "Acha que eu sou permeável a pressões?".

De acordo com o "Público", além de Miguel Cadilhe, também Pedro Líbano Monteiro quis saber do governador do Banco de Portugal, no final da semana passada, se existia algum impedimento no exercício de cargos no sistema financeiro. Na reunião do dia 21 com alguns accionistas do BCP, Vítor Constâncio desaconselhou que os administradores desde 1999 integrassem as listas para a gestão do banco.

A situação daquele ex-administrador do BCP, que saiu no final de 2001 em divergência com Jardim Gonçalves, seria a mais caricata, porque Líbano Monteiro é presidente do Banco Primus, devidamente autorizado pelo banco central. A situação ficou esclarecida como se passou também com Cadilhe, obrigando o Banco de Portugal a clarificar publicamente que nenhum ex-gestor do BCP estava inibido de exercer funções. Também João Talone, que saiu igualmente o BCP em 2001, pretende questionar o banco central.

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