Depois de apresentar um lucro de 743,1 milhões de euros em 2023 – o melhor resultado líquido de sempre do Novo Banco –, o CEO da instituição financeira afirma, em entrevista ao Negócios, que o excesso de capital acumulado pode ser usado em aquisições de bancos de pequena dimensão. O rácio "Common Equity Tier 1" atingiu 18,2%, depois de um crescimento de 500 pontos base, estando muito acima do "guidance" de geração de capital em cerca de 400 pb. O Mecanismo de Capital Contingente (CCA, na sigla inglesa) assinado entre o Fundo de Resolução e a Lone Star impede a distribuição de dividendos. Mark Bourke insiste que para o banco – que quer lançar um IPO (oferta pública inicial) numa data ainda por definir – seria positivo que existisse um entendimento entre os acionistas para terminar aquele acordo antes do prazo previsto, que é só em 2025.
O Novo Banco tem excesso de capital e o Acordo de Capital Contingente não permite a distribuição de dividendos. Qual é a solução? O que vai fazer ao capital?
O acordo termina em 2025. Qualquer que seja o capital em excesso que tenhamos nessa altura, estará disponível para distribuição.
Portanto, serão mais dois anos em que terão capital em excesso?
Se continuarmos com este nível de desempenho, o rácio de capital total poderá ficar na casa dos 20 e muitos por cento. Temos a capacidade de usar capital, ou de distribuir dividendos, se os acionistas concordarem antecipadamente com isso. E, em última análise, em 2025 [o fim do Mecanismo de Capital Contingente] vai acontecer de qualquer forma. É um bom problema.
Vai ou não existir um acordo para possibilitar os dividendos?
Não sei. Depende das partes envolvidas e de o mecanismo estar fechado ou não. E pode acontecer [os acionistas] acordarem na distribuição de dividendos. Isso seria bom.