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Liberty Seguros quer crescer por aquisições e Portugal está no radar

O presidente executivo (CEO) da Liberty Seguros no mercado europeu afirmou hoje que a seguradora está "a estudar oportunidades" para crescer através de aquisições, com foco nos mercados onde está atualmente presente, nomeadamente Portugal.

D.R.
14 de Abril de 2021 às 13:08
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"Não há forma de sermos líderes na Europa sem fazer aquisições. Vamos apostar no crescimento orgânico, mas não vai ser suficiente. Dada a nossa posição atual no 'ranking' europeu, o crescimento inorgânico vai ser importante e vamos estar atentos às oportunidades", disse Juan Miguel Estallo numa conferência 'online' com jornalistas.

Atualmente com operações em Espanha, Portugal, Irlanda e Irlanda do Norte, a Liberty diz que "o foco no curto prazo é crescer primeiro nas geografias onde está presente".

"E Portugal é claramente um sítio onde pensamos que o podemos fazer", sustentou o CEO.

Pertencente ao grupo norte-americano Liberty Mutual, a Liberty Seguros é a maior operação do grupo fora dos EUA. Opera em Espanha desde 2001, em Portugal desde 2003 (com 400 trabalhadores) e na Irlanda desde 2011.

Segundo referiu Juan Miguel Estallo, 2021 "apresenta-se como ano muito desafiante" para a empresa, num contexto de forte impacto económico da pandemia: "Historicamente a evolução do PIB [Produto Interno Bruto] antecipa sempre o que ocorre na indústria de seguros, por isso é certo que o pior impacto ainda não se sentiu em 2020 e vai sentir-se em 2021".

De acordo com o responsável, em resultado do encerramento de várias empresas e do aumento do desemprego, em Espanha houve já "muitos negócios que não renovaram as apólices" e, em Portugal, já é notória, por exemplo, uma diminuição da cobertura das apólices de acidentes de trabalho por parte das empresas.

"A recuperação económica que esperávamos para o início deste ano foi adiada por vários meses devido à terceira vaga, por isso prevemos agora uma maior recuperação em 2022 do que em 2021", acrescentou.

Após ter anunciado recentemente a decisão de adotar definitivamente o regime de teletrabalho, a Liberty Seguros informou hoje que 99% dos seus 2.000 trabalhadores em Portugal, Espanha, Irlanda e Irlanda do Norte da Liberty aderiram a este modelo.

Juan Miguel Estallo adiantou que tal implica um investimento anual de 1,5 milhões de euros, em resultado dos 55 euros mensais (660 euros/ano) adicionais pagos aos trabalhadores para custear as despesas extra em casa, e a que acresceram 460 euros pagos inicialmente a cada trabalhador para adaptação da respetiva habitação ao teletrabalho.

Sustentando que o objetivo da adoção definitiva do teletrabalho não foi reduzir custos, o CEO disse que a opção foi "mais um marco na transformação digital que a empresa começou há dois anos, com vista a tornar-se na primeira seguradora 100% digital e baseada na 'cloud' na Europa", e um "reconhecimento" do "compromisso" demonstrado pelos trabalhadores durante o período de trabalho remoto imposto pela pandemia.

Relativamente às instalações físicas de que a Liberty Seguros dispõe nos quatro países da Europa onde opera, avançou que a empresa pretende mantê-los, de forma a acolher os "13 a 15" trabalhadores que não optaram pelo teletrabalho e os encontros e eventos de 'brainstorming' que pretende organizar para juntar regularmente os colaboradores.

O responsável da seguradora disse ainda que, durante os próximos meses, serão analisadas possibilidades de rentabilização de alguns destes espaços, nomeadamente através do arrendamento, até porque, por exemplo, em Portugal a Liberty tem um contrato de ocupação de uma década num edifício de 14 andares em Lisboa.

Ainda relativamente à operação em Portugal, Juan Miguel Estallo assumiu a manutenção da estratégia de aposta na mediação: "Para nós é fundamental crescer com a medição e, em Portugal, a quota da mediação é enorme e não vamos crescer se não o fizermos através dos mediadores", sustentou.

De acordo com dados da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), a Liberty Seguros é a 11.ª maior companhia a atuar em Portugal, detendo uma quota de mercado de 2,7%.
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