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2004: Portugal organizou o Euro mas os gregos ganharam

Portugal recebeu a sua primeira grande competição desportiva em 2004 e investiu 665 milhões de euros em 10 estádios.

Portugal recebeu a sua primeira grande competição desportiva em 2004 e investiu 665 milhões de euros em 10 estádios.
Paulo Calado/Record
30 de Maio de 2017 às 20:40
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Portugal organizou a sua primeira grande competição desportiva em 2004, numa altura em que a chamada "geração de ouro" do futebol português estava no ponto considerado ideal: Luís Figo passeava classe no Real Madrid e havia sido eleito melhor jogador do mundo nos anos anteriores, Rui Costa brilhava em Milão e o meio-campo do FC Porto, que vencera a Liga dos Campeões, compunha a espinha dorsal da selecção.

Treinada por Luiz Felipe Scolari, a selecção conseguiu chegar à final com alguns sustos pelo caminho (e um memorável desempate por penáltis frente à Inglaterra pelo meio, em que Ricardo defendeu o remate decisivo sem luvas). Na partida decisiva encontrou a Grécia, a grande sensação do torneio, depois de ter afastado França e República Checa. Porém, nada saiu bem ao conjunto luso, que acabou derrotado por um golo de Charisteas, após uma péssima saída do guarda-redes Ricardo.

À ressaca desportiva haveria de se juntar a financeira. Portugal apresentou 10 estádios para a competição: seis construídos de raiz (Luz, Dragão, Alvalade, Braga, Algarve e Aveiro) e quatro remodelados e ampliados (Guimarães, Coimbra, Leiria e Bessa). No total foram investidos 665 milhões de euros na construção destes recintos, com uma comparticipação directa do Estado de 104 milhões de euros, quantificou em 2010 António Laranjo, director do Euro 2004.

O Tribunal de Contas apresentou outros números e concluiu que os 10 estádios representaram um encargo público de 384 milhões de euros. A estes acrescem ainda os gastos com os acessos (que representaram 229 milhões de euros) e a construção de estacionamentos (37 milhões de euros). Somando ainda os apoios indirectos das câmaras de Lisboa e Porto, o Euro 2004 teve um custo global de 1.035 milhões de euros para os cofres públicos.

Vários estádios transformaram-se em elefantes brancos depois da competição, praticamente sem uso ou com utilização muito residual. É o caso do estádio de Leiria, que custa à câmara 16.500 euros por dia, e do de Aveiro, cuja demolição chegou a ser equacionada.
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