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Sindicato apela ao chumbo do PER da Soares da Costa
O Sindicato da Construção alega que a administração da Soares da Costa "não merece a confiança dos credores". O PER da empresa será votado dentro de cerca de duas semanas.
O Sindicato da Construção de Portugal considera que a Soares da Costa "não merece a confiança dos credores para aprovação do Processo Especial de Revitalização (PER)", o qual irá ser votado em meados de Novembro.
Em comunicado, aquela estrutura sindical, que tem créditos reconhecidos no âmbito do PER, salienta que a empresa tem "salários em atraso que ultrapassam os 10 meses". Diz ainda que "centenas de trabalhadores já suspenderam e rescindiram o seu contrato de trabalho".
"A administração da Soares da Costa não merece a confiança dos trabalhadores, dos credores e do sindicato, que lhe moveu um processo crime por abuso de confiança por dever dezenas de milhares de euros ao sindicato, que descontou aos trabalhadores e não enviou para o sindicato", sublinha, acrescentando que a retenção dessas verbas se mantém.
Ao Negócios, Albano Ribeiro, presidente do sindicato adiantou que aquela estrutura é credora de cerca de 30 mil euros, relativos a quotas que os trabalhadores descontaram mas que não foram entregues.
O grupo avançou para PER em Agosto de 2016. Entre os principais credores – de uma lista que ascende a 700 milhões de euros – contam-se a Caixa Geral de Depósitos, o BCP e o Banco Millennium Atlântico.
Depois de o primeiro PER ter sido aprovado pelos credores, o Tribunal do Comércio de Gaia acabou por chumbar o plano, designadamente devido a um tratamento desigual que seria dado aos credores, beneficiando os que reclamam os seus créditos em kwanzas, a moeda de Angola.
A empresa entregou um segundo plano, que estava previsto ser votado em Outubro, mas cujo prazo para as negociações foi prorrogado por mais um mês.