As obras públicas em Portugal vivem um momento de contradição. Se por um lado, a promoção de concursos públicos estão em queda, por outro, os contratos celebrados estão em crescimento.

No mês de Outubro foram abertas 78,8 milhões de euros em obras públicas, o segundo pior registo no espaço de cinco anos. Segundo os dados da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN), a abertura de novos concursos nos primeiros dez meses do ano sofreu uma queda homóloga de 13%. No total foram promovidos 1.560 concursos de empreitadas de obras públicas num total de 1.311 milhões de euros.

Em relação aos contratos celebrados, foram fechados 1,4 mil milhões de euros em contratos nos primeiros dez meses do ano, mais 11% face a período homólogo. Mas se os contratos celebrados por ajuste directo sofreram uma quebra, já os concursos públicos registaram um aumento.

Os ajustes directos de empreitadas de obras públicas sofreram uma queda anual de 10% em Outubro, num total de 354 milhões de euros nos primeiros dez meses do ano. Enquanto nos contratos celebrados de concursos públicos registou-se um crescimento de 22% para 1,03 mil milhões de euros entre Janeiro e Outubro.

É de destacar, no entanto, que sem os 146 milhões de euros resultantes do relançamento das obras do Túnel do Marão, assim como 107 milhões de contratos de conservação de estradas para o período 2013-2016, ambos das Estradas de Portugal, o volume de contratos celebrados seria de 8%.

Durante o mês de Outubro, a abertura de concurso com maior valor foi o da Geoterceira nos Açores com oito milhões de euros. Segue-se o município de Beja com 5,4 milhões; a vice-presidência do Governo Regional da Madeira com 4,2 milhões; a Sociedade Polis Litoral Ria Formosa com 4 milhões; a Polis Litoral Sudoeste com 2,6 milhões de euros.