A construtora convocou para 27 de Dezembro, às 10h00, uma Assembleia-Geral que visa “discutir e deliberar” a “atribuição condicional gratuita aos accionistas de acções ordinárias, representativas de 20% do capital social da sub-holding do grupo Mota-Engil em que se agreguem os negócios e a actividade em África, Mota-Engil África”, pode ler-se no comunicado da empresa à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários.

Neste documento a empresa explica que será “atribuído a cada accionista o número de acções da Mota-Engil África resultante da aplicação do factor determinado pela divisão do número de acções representativas de 20% do capital social dessa sociedade pelo número de acções representativas do capital social da Mota-Engil na data da deliberação (excluídas as acções próprias)”. 

O Negócios noticiou no dia 22 de Novembro que a Mota-Engil pretende dispersar cerca de 30% das acções da sua participada em África numa bolsa europeia, sendo que a praça de Londres é a que está no topo da lista do grupo.

África representava no final de Setembro 43% do volume de negócios do grupo e 61% do EBITDA, pesando também 40% na sua carteira de encomendas.

O conselho de administração da Mota-Engil entende que "considerando a actual dimensão do grupo, os seus desafios, a expressão dos seus negócios e a sua dispersão geográfica" deverá, nesta fase, "existir um aprofundamento da presença, já antiga, do grupo no mercado de capitais". A opção por um mercado europeu visa, segundo explica, "ter acesso a uma comunidade de investidores globais com fortes interesses e apetência pelos negócios desenvolvidos no continente africano".

A operação será também acompanhada da realização de um aumento de capital da Mota-Engil África por entradas em dinheiro, reservado a accionistas do grupo.

Desde 22 de Novembro, as acções da Mota-Engil já valorizaram 23,57%, passando dos 3,61 euros para os 4,46 euros (esta quarta-feira). A construtora acumula desde o início do ano uma subida de 184,62% e é a cotada do PSI-20 que mais ganha neste período. 

Na sessão desta quarta-feira, os títulos perdem 2,64% e negoceiam nos 4,46 euros.

(Notícia actualizada às 13h44)