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Mota-Engil quer crescer na Tanzânia após ganhar contrato de mil milhões

A construtora portuguesa deverá concorrer a um novo contrato para construção de linha férrea na Tanzânia, que será lançado em Abril.

António Mota, presidente da Mota-Engil, é o 43.º Mais Poderoso 2016.
03 de Fevereiro de 2017 às 14:57
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A Mota-Engil quer crescer na Tanzânia depois do consórcio detido em 50% pela construtora portuguesa ter ganho um contrato para construir cerca de 400 quilómetros de linha férrea que vai ligar o país ao Burundi e ao Ruanda, com um valor de 1,2 mil milhões de dólares (cerca de 1,02 mil milhões de euros).

 

"Estamos muito interessados em algo que vamos começar a discutir em breve com o Governo", afirmou à Bloomberg António Mota, chairman da construtora portuguesa, referindo-se aos vários concursos públicos que estão a ser lançados na Tanzânia.

 

Segundo a agência de notícias, o país africano vai lançar já em Abril um novo concurso para a construção de linhas férreas na Tanzânia. Estre os projectos, está em estudo a construção de uma linha de 2.200 quilómetros para ligar Dar es Salaam a Kigali, capital do Rwanda e a outros locais, bem como outras linhas para ligar várias cidades no sul do país. Cada um destes dois projectos, de acordo com a Bloomberg, está avaliado em mais de 16 biliões de xelins tanzanianos, o que equivale a mais de 6 mil milhões de euros.

 

De acordo com a mesma fonte, o Governo da Tanzânia destinou uma verba de um bilião de xelins tanzanianos (405 milhões de euros) no Orçamento do Estado do ano fiscal que termina em Junho para financiar projectos na área dos caminhos-de-ferro. As restantes verbas para estes projectos serão obtidas através de financiamento.

 

A assinatura do contrato ganho pela Mota-Engil e pela empresa turca Yapi foi assinado esta manhã. De acordo com o ministro das Obras Públicas, o projecto foi adjudicado a este consórcio pois foi o único que apresentou uma proposta final entre as mais de 40 companhias que mostraram interesse.

 

Erdem Arioglu, vice-presidente da Yapi, disse à Bloomberg que o negócio foi facilitado pelo presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, que no mês passado fez uma visita à Tanzânia com o intuito de estreitar os laços entre os dois países.

 

As acções da Mota-Engil reagiram em alta à notícia da adjudicação do contrato, com uma subida de mais de 4% para 1,64 euros.

 

Numa nota de análise divulgada esta sexta-feira, o BPI considera que o contrato "é positivo" pois é "volumoso", representando "cerca de 11% do total da carteira de encomendas do grupo no final de Junho e cerca de 28% da carteira de encomendas em África".

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