Notícia
Mota-Engil assina contratos de 1,7 mil milhões no México e Colômbia
O consórcio do grupo português já assinou os contratos para a construção de linhas de metro em Guadalajara e em Medellín. Com os projetos já contratados, o grupo reviu em alta as perspetivas para o volume de negócios, que deverá crescer 30% este ano.
O consórcio da Mota-Engil já assinou dois contratos de ferrovia no México e na Colômbia no valor total de 1,7 mil milhões de euros, assegurando o grupo português que "irá manter a sua carteira de encomendas em níveis record" este ano e registar um crescimento do volume de negócios acima do que tinha previsto no final do primeiro semestre.
Em comunicado à CMVM, a Mota-Engil, que concorreu a estes dois projetos em consórcio com a chinesa CRCC, refere que um dos contratos assinados diz respeito a uma parceria público-privada (PPP) com pagamentos de disponibilidade indexados à inflação de 1,2 mil milhões de euros ao longo de 38 anos no México.
Já o segundo contrato diz respeito à construção de uma ferrovia na Colômbia no montante de 450 milhões de euros (valores reais de 2020).
Como explica, o contrato mexicano de ferrovia em regime de PPP inclui o projeto, a construção, o material rolante e o financiamento do sistema de metropolitano elétrico de transporte coletivo urbano da linha 4 do Metro de Guadalajara com uma extensão aproximada de 21 quilómetros e oito estações, sendo que, "após o período de construção, o consórcio será o responsável único pela operação do sistema de cobrança de tarifas", frisa.
"Os pagamentos de disponibilidade encontram-se indexados à inflação e não apresentam risco de procura, refere ainda o grupo liderado por Gonçalo Moura Martins, acrescentandoque este projeto deverá servir inicialmente cerca de 117.000 passageiros diários, que crescerão para 230.000, ligando Guadalajara e Tlajomulco de Zúñiga na parte sul da área metropolitana de Guadalajara.
"Este projeto será o terceiro que a Mota-Engil irá executar na rede de metropolitano de Guadalajara", recorda.
Já o contrato colombiano de construção de uma ferrovia inclui o projeto, a construção e o fornecimento de locomotivas para o "Metro de la 80" de Medellín com 13 quilómetros de extensão, 17 estações e capacidade para 179.400 passageiros diários.
"O preço da componente de construção será ajustado de acordo com a inflação local", refere o grupo, apontando que este projeto "beneficiará essencialmente a parte oeste da cidade de Medellín, melhorando a mobilidade e transformando positivamente o espaço público, estimando-se que o mesmo permita reduzir anualmente a emissão de 132 mil toneladas de CO2 na atmosfera".
No comunicado à CMVM, o grupo diz ainda que "com a atribuição destes projetos, a Mota-Engil irá desenvolver três importantes projetos de mobilidade urbana (incluindo a linha 4, 5 e 6 do metro ligeiro de Monterrey) em três das 50 principais cidades da América Latina".
Atualmente, a construtora portuguesa está a executar oito projetos de construção de ferrovia na América Latina, dos quais 6 no México, 1 na Colômbia e 1 no Panamá, totalizando cerca de 657 quilómetros, dos quais 347 quilómetros correspondem a construção nova e 310 a reabilitação.
"Estes projetos contemplam diferentes soluções técnicas, nomeadamente comboios tradicionais a gasóleo, comboios elétricos, comboios ligeiros totalmente autónomos ou com condutor, bem como comboios mono carril", diz.
Lembrando que foram recentemente assinados novos contratos de menor valor noutras regiões, a Mota-Engil diz que, juntamente com os restantes projetos divulgados durante o ano, "permitem nesta data assegurar que o grupo irá manter a sua carteira de encomendas em níveis record suportando o crescimento do volume de negócios que (ultrapassando as perspetivas apresentadas no relatório e contas do primeiro semestre para o final do ano corrente) deverá superar os 30% com a consequente consolidação dos principais indicadores financeiros do grupo".