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Carlos Slim lança OPA sobre espanhola FCC

O milionário mexicano, dono da Carso, foi obrigado a lançar a oferta depois de superar os 30% de participação na empresa. Oferece 7,6 euros por título, um prémio de 15,32% em relação ao valor de fecho desta sexta-feira.

4º - Carlos Slim Helú e família, telecomunicações, México. Fortuna de 50 mil milhões de dólares
04 de Março de 2016 às 19:13
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A Inversora Carso, detida pelo milionário mexicano Carlos Slim, lançou esta sexta-feira, 4 de Março, uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre o capital da construtora espanhola FCC, anunciou a empresa em comunicado enviado ao regulador espanhol.

O grupo Carso – que apresenta a oferta através da sua subsidiária Control Empresarial de Capitales (CEC) -, oferece 7,6 euros por acção, um prémio de 15,32% em relação à cotação de fecho desta sessão (6,59 euros por título). O preço oferecido por papel avalia a FCC em 2.875 milhões de euros.

A oferta foi lançada depois de a companhia ter ultrapassado uma posição de 30% no capital da construtora espanhola, após a conclusão do recente aumento de capital da empresa. Depois desse reforço, passou a deter directa e indirectamente 36,595% da construtora espanhola, o que obrigou a lançar a OPA.

A empresa refere que o objectivo da oferta é sanear a dívida da empresa e convertê-la numa companhia com nível de receita estável e equilibrado em relação à dívida. Este passo só foi possível depois de Slim ter acordado com a segunda maior accionista, Esther Koplowitz, o fim de uma cláusula que impedia um sócio de deter individualmente mais de 29,9% das acções.

Em pouco mais de um mês, esta é a segunda OPA que o mexicano lança no mercado espanhol, depois de no final de Janeiro ter oferecido 0,8 euros por acção sobre a imobiliária Realia. Em simultâneo com o procedimento anunciado hoje, Slim propõe também lançar uma oferta pública sobre a Cimentos Portland Valderrivas (detida a 77,9% pelo universo FCC), a um preço de seis euros por acção.

Em Portugal, a FCC detém a FCC Environment Portugal, especialista na gestão de resíduos sólidos e industriais e em saneamento urbano, prestando serviços a cerca de duas dezenas de autarquias portuguesas do Douro Superior e Trás-os-Montes. Em Julho de 2014, a FCC foi uma das concorrentes à privatização da EGF. Portugal e Itália representam, em conjunto, 5% do negócio mundial da empresa. 

Carlos Slim é o maior accionista individual da empresa, desde que em Novembro de 2014, num outro aumento de capital, assumiu uma 

posição de 25,63% e superou Esther Koplowitz. A 21 de Janeiro – antes da mais recente ampliação de capital - de acordo com a FCC, Koplowitz detinha 22,4% da empresa e Slim 27,4%, a que se juntavam mais 50,2% em free float. Entre os pequenos accionistas destaca-se Bill Gates, com 5,7% da empresa.


A FCC fechou 2015 com prejuízos de 46,3 milhões de euros, recuperando dos 724 milhões de perdas do ano anterior, afectada pela redução do investimento no mercado espanhol de infraestruturas. No ano passado, a construtora facturou cerca de 6.500 milhões de euros, com 47% do negócio a ser feito fora de Espanha.


A companhia, fundada em 1992, tem mais de 55 mil trabalhadores. Desde o ano passado que é presidida por Carlos Jarque. 

O grupo Carso foi criado há mais de 30 anos e é um dos maiores da América Latina. Opera em áreas como a indústria, telecomunicações, comércio, construção e energia. Carlos Slim é segundo a revista Forbes o quarto homem mais rico do mundo, com uma fortuna avaliada em 45 mil milhões de euros. O também accionista da FCC Bill Gates, dono da Microsoft, voltou a ser o mais rico do planeta.

(notícia actualizada às 19:46 com mais informação)

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