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Carlos Slim tem menos 20 mil milhões na conta
Este ano não está a correr de feição a Carlos Slim. Desde o início de 2015, o magnata mexicano viu "voarem-lhe" da fortuna 20 mil milhões de dólares (18,4 mil milhões de euros), protagonizando a maior perda entre os 400 mais ricos do mundo.
Motivo? A desvalorização do seu principal activo, a posição de 57% que detém na America Movil, considerada a maior operadora móvel das Américas em número de subscritores. As acções da telecom registaram a pior queda desde 2008, recuando mais de 17% face ao arranque do ano, pressionadas por mudanças regulatórias no mercado mexicano, pela crise económica brasileira (a sua segunda principal geografia) e pelas fracas oportunidades de expansão na Europa, evidencia a Bloomberg.
No México, a America Movil, que controla 70% do mercado móvel e 62% das comunicações fixas, foi obrigada a partilhar a sua infra-estrutura devido a alterações regulatórias, perdendo a vantagem competitiva que lhe permitira dominar o negócio das telecomunicações por mais de uma década.
"As mudanças da regulação no sector das telecomunicações no México atraíram concorrência. Agora a AT&T está a investir fortemente para criar uma operadora móvel forte no país", considera o analista do Credit Suisse, Daniel Federle, numa nota citada pela Bloomberg. "A concorrência vai ser forte nos próximos anos", antecipa.
Neste cenário, a fortuna de Slim, de 75 anos, já encolheu mais de 25% desde o início do ano, segundo o índice de multimilionários da Bloomberg.
Este self-made man mantém-se como o homem mais rico do seu país-natal. Formado em engenharia civil, começou a criar empresas aos 25 anos, quando fundou a Inversora Bursatil depois de comprar a engarrafadora Jarritos del Sur. E não deixou escapar as oportunidades geradas pela crise mexicana dos anos 80 para se lançar na indústria do tabaco ou mineira.
Mas, no actual ranking dos mais abastados do planeta – liderado por Bill Gates – caiu da terceira posição que tinha há uns meses para a quinta.
Ainda assim, Carlos Slim Helu continua com os bolsos bem recheados.
Ontem, a sua fortuna somava 52,8 mil milhões de dólares (48,5 mil milhões de euros). Além da posição na gigante America Movil, tem participações em cerca de 200 companhias, entre as quais a Philip Morris, New York Times ou Caixabank. Na última década, só em dividendos, Slim terá ganho mais de sete mil milhões de dólares (6,4 mil milhões de euros).
Fã de arte – abriu o Museu Soumaya, na Cidade do México, para expor a sua colecção pessoal – se Slim quisesse, a sua conta bancária permitiria comprar 331 vezes o Les Femmes d’Alger (version O), o quadro leiloado pelo valor mais caro de sempre, de Picasso.
E apesar de pretender desfazer-se da opulenta mansão que possui na 5ª Avenida, em Nova Iorque, cujo preço ronda os 80 milhões de dólares (73,5 milhões de euros), o empresário teria verba para comprar 192 vezes a casa mais cara do mundo, vendida este mês, em Paris, por 275 milhões de euros.