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Sumol+Compal espera que vendas internacionais cresçam este ano excluindo Angola
O presidente executivo Sumol+Compal disse hoje esperar que as vendas cresçam no mercado internacional este ano, excluindo Angola, mercado onde a empresa de bebidas diz que a situação de "restrição de divisas" "é menos grave" do que anteriormente.
"A nossa expectativa [de vendas para este ano] é de crescimento internacional, se excluirmos Angola", disse Duarte Pinto aos jornalistas, à margem da iniciativa "Inovar para uma Alimentação Saudável", que assinalou o lançamento de Compal Summo, uma aposta da Sumol+Compal.
"Se excluirmos Angola, não há razão alguma para esperar que a Sumol+Compal não cresça no mercado internacional", sublinhou o gestor, apontando que a área internacional do grupo de bebidas não alcoólicas pesa cerca de um terço.
Em 2017, as vendas do grupo no mercado internacional recuaram 4,2% para 96 milhões de euros, afectadas pelo desempenho do mercado angolano.
Angola "sofreu uma recessão económica e os sinais que vamos tendo são de alguma estabilização e recuperação", afirmou Duarte Pinto, salientando que o primeiro semestre "é sempre menos positivo".
"A situação de restrição de divisas" em Angola é agora "menos grave do que aquela que já existiu", considerou.
"A principal preocupação que temos [no mercado angolano] é a disponibilização e acesso a divisas que permita importar e ter as fábricas a funcionar", explicou o gestor.
Duarte Pinto manifestou-se optimista em relação ao desempenho das vendas globais da Sumol+Compal este ano, sendo que a "maior incerteza" reside no mercado de Angola.
Relativamente ao mercado moçambicano, o gestor disse que o negócio "está a correr bem" e que Moçambique "tem tudo" para ter "um bom ano".
Sobre a nova gama Compal Summo, o presidente executivo adiantou que "o lançamento desta inovação se destina em primeiro lugar ao mercado português e europeu", podendo estender-se aos Estados Unidos.
"É importante que corra bem em Portugal, ter um mercado que sirva de 'showroom' [montra] para outros mercados", para depois a nova gama seguir para "Europa, Estados Unidos e países com preocupações relativas à saúde e poder de compra evidentes".
Questionado sobre se teme novas taxas de açúcar que onerem empresas do sector onde a Sumol+Compal operam no próximo Orçamento do Estado, Duarte Pinto afirmou: "A nossa expectativa é que tal não aconteça nas indústrias onde operamos".
Além disso, "temos vindo a reformular e a reposicionar os nossos produtos em linha com as orientações que o Governo preconiza para a dieta alimentar dos portugueses", salientou.
Relativamente à saída de bolsa da Sumol+Compal, o presidente executivo sublinhou que as empresas são cotadas para encontrarem financiamento. No caso do grupo que preside, o 'free float' [capital disperso em bolsa] "é muito baixo", pelo que a Sumol+Compal tinha duas opções, "ou dispersava para se financiar ou saía de bolsa".
Ora, "como [a Sumol+Compal] tem outras formas de se financiar que não em bolsa", a empresa tomou a decisão de sair, o que não tem impacto no negócio, concluiu.
O lucro da Sumol+Compal caiu 12,4% no ano passado, face a 2016, para 9,2 milhões de euros, sendo que este recuo incorpora "o impacto de 0,3 milhões de euros resultante da aplicação, no exercício de 2017, do IAS 29 ['International Accounting Standard'] que considera a economia angolana como hiperinflacionária", explicou a empresa aquando da apresentação de resultados.