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Sovena estuda entrar na corrida pela compra da rival espanhola Deoleo
Venda da Deoleo, proprietária de marcas como Carbonell, Koipe ou Bertolli deve ser fechada ainda este ano ou, o mais tardar, no início do próximo. Além do grupo português também o gigante espanhol Migasa terá interesse em entrar no capital da empresa.
A Sovena, dona do azeite Oliveira da Serra e do óleo Fula, está a equacionar entrar na corrida para adquirir uma participação na rival espanhola Deoleo, avança, esta quarta-feira, o El Economista.
Fontes próximas do processo, citadas pelo jornal, indicaram que além do grupo português, também o andaluz Migasa, que detém marcas como Ybarra ou Musa, pondera avançar com uma proposta indicativa de compra de uma participação na Deoleo, proprietária dos azeites e óleos Carbonell, Koipe ou Bertolli.
A cumprirem-se as previsões, o fundo de "private equity" britânico CVC Capital Partners, acionista de referência, com 56,9% do capital do grupo espanhol, deve receber as primeiras ofertas indicativas até ao fim do mês e fechar a venda ainda este ano ou, o mais tardar, no início de 2024, de acordo com o El Economista.
O banco de investimento francês Lazard foi mandatado para conduzir o processo, cujo calendário prevê que a transação seja então concluída antes de 2025, à luz do acordo firmado com os credores para selar a restruturação da dívida que motivou a sua entrada no capital da empresa. Um ano antes, e após registar prejuízos de 292 milhões de euros, a empresa tinha avançado para a dissolução.
Em face de uma dívida líquida de quase 560 milhões de euros, os credores viram-se obrigados a aprovar um plano de reestruturação que implicou a capitalização de grande parte do passivo. Segundo o mesmo jornal, os obrigacionistas trocaram parte da dívida por capital próprio numa reestruturação avaliada em 283 milhões de euros, com os ativos a serem transferidos para uma nova empresa - a Deleo Global, 100% detida pela Deoleo Holding.
Recorde-se que os obrigacionistas trocaram parte da dívida por capital próprio numa reestruturação avaliada em 283 milhões de euros. Os ativos foram transferidos para uma nova empresa, Deoleo Global, 100% detida pela Deoleo Holding.
Os proprietários são a antiga Deoleo, na qual o CVC tem então 56,90% do capital, a Acesur, que controla 5%, e a Deoleo Financial, que agrupa os credores, liderados pela Alchemy. Depois de anos muito complicados, e não obstante as dificuldades causadas pela seca que dizimou a produção em Espanha, a Deoleo tem atualmente a situação financeira sanada.
A Acesur é, aliás, a par com a cooperativa Dcoop e Borges, uma das interessadas em entrar na corrida pela compra da empresa que fechou 2022 com lucros líquidos de 6,2 milhões de euros, menos 90% face a 2021.
(Notícia atualizada às 21h30 com comentário da Sovena)