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Sonae avisa Mercadona: "Nenhum retalhista do mundo assusta" o Continente

A dona do Continente admite que se está a preparar para enfrentar o novo concorrente, mas Paulo Azevedo lembra aos espanhóis como é difícil arrancar negócios de retalho em países maduros e com bons competidores.

Paulo Azevedo mostrou alguns projectos em curso no universo da Sonae, em áreas de vanguarda como a realidade virtual ou cibersegurança. Ricardo Castelo
15 de Março de 2018 às 15:50
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Paulo Azevedo garante que a Sonae "respeita muito" os espanhóis da Mercadona, que estão a preparar a abertura dos primeiros supermercados em Portugal no próximo ano, mas não se assusta com o aumento da concorrência da cadeia que lidera o mercado em Espanha e a quem reconhece mérito e uma história de crescimento.

 

"Não deixamos de fazer o nosso trabalho de preparação, mas nenhum retalhista do mundo nos assusta em Portugal na área alimentar porque julgo que combinamos uma posição competitiva muito forte com uma qualidade de operação que até é referência lá fora por ser única", reagiu o chairman e co-CEO da Sonae, lembrando, até por experiência própria, o quão difícil é começar negócios de retalho em países maduros e com bons competidores.

 

A Mercadona está a investir 25 milhões de euros para montar a empresa e iniciar a operação em Portugal. Além das lojas de Vila Nova de Gaia, Matosinhos, Maia e Gondomar, que já estavam confirmadas, esta semana divulgou os locais para mais cinco aberturas no país: Porto, Braga, Penafiel, Barcelos e um segundo supermercado na cidade da margem Sul do Douro.

 

Durante a conferência de imprensa de apresentação de resultados da Sonae, que em 2017 registou lucros de 166 milhões de euros, Ângelo Paupério lembrou que a empresa que detém o Continente já viu "chegar grandes operadores do sector a Portugal e [viu] inclusive alguns a partir". "Respeitamos todos, sim, mas já tínhamos mostrado que não nos faltam argumentos", acrescentou o co-CEO.

A 22 de Fevereiro, também o Minipreço, detido pelo também espanhol grupo Dia, não se mostrou intimidado com o novo concorrente no mercado português. Apesar de ter "consciência da força" da Mercadona, o director executivo no país, Amando Sánchez, disse estar confiante de que vai manter a sua "posição de proximidade" em Portugal, onde prevê este ano investir 25 milhões de euros.

Hipers rentáveis e procura nas cidades

 

E a aposta na procura de novos espaços nos centros das cidades não é uma resposta à Mercadona, que aposta num conceito de proximidade? Paulo Azevedo preferiu falar numa "resposta ao mercado e à forma como ele funciona", lembrando até que essas oportunidades estão mais onde a Sonae pode crescer do que onde os seus concorrentes já cresceram. "Isso até é algo positivo para suportar as nossas perspectivas de crescimento", concluiu.

 

Ainda assim, o gestor assegura que os hipermercados do grupo "não estão a sofrer" com essa tendência de o consumidor fazer mais compras nas lojas de conveniência e também online, que na Europa já há 15 anos que gera perdas para esses grandes retalhistas. Ainda que tenha sido obrigada a "reinventar e reformular" as suas lojas ao longo dos últimos anos, Paulo Azevedo completou que os portugueses têm permanecido adeptos do conceito "one stop shop", fazendo ali as compras para o mês, e que os hipermercados "continuam a ser das operações mais rentáveis" para a Sonae.

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