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Salários e horários dividem trabalhadores e patrões da distribuição

Os dois principais sindicatos afectos ao comércio, associados à UGT e a CGT-IN, marcaram greve para o dia 1 de Maio. A associação empresarial do sector, presidida pelo Pingo Doce, “apela ao sentido de responsabilidade”.

Bloomberg
30 de Abril de 2015 às 17:12
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O SITESE – Sindicato dos Trabalhadores e Técnicos de Serviços, afecto à UGT – União Geral dos Trabalhadores, e o CESP – Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal, afecto à CGTP-IN, marcaram greve nas empresas de distribuição para esta sexta-feira, 1 de Maio, feriado em que se comemora o Dia do Trabalhador.

 

Os dois principais grupos de distribuição alimentar – Sonae e Jerónimo Martins – mantêm as lojas abertas durante o feriado, estando mesmo prevista, no caso da cadeia Pingo Doce (da JM), uma campanha promocional de âmbito nacional, com antecipação da abertura de lojas para as 8h da manhã.

 

Em comunicação interna aos colaboradores, a própria gestão vê referência à promoção à realizada a 1 de Maio de 2012, que teve como uma das consequências a revisão da regulamentação contratual entre distribuidores e fornecedores (agrícolas e industriais), através do diploma das PIRC - Práticas Individuais Restritivas do Comércio.

 

SITESE defende usufruto do feriado

Para o SITESE, a fundamentação para a paralisação está directamente relacionada com a data comemorativa – e um dos poucos feriados resistentes à estada da troika em Portugal. O sindicato da UGT "apresentou um pré-aviso de greve para permitir a todo os trabalhadores, nas mesmas condições, usufruírem do feriado que é de todos, da forma que entenderem".

 

Para a direcção do SITESE, o 1 de Maio é "um dia de comemoração, mas também um dia de luta". E "saúda os empregadores que não se associam ao boicote patronal do Dia do Trabalhador, reconhecendo o direito dos trabalhadores ao feriado, prevenindo a paz social das empresas e abstendo-se de uma confrontação desnecessária e inútil".

 

CESP quer "negociação imediata" sobre salários e horários   

No caso do CESP, afecto à CGTP-IN – Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional, a greve convocada para esta sexta-feira está directamente associada à negociação, ou falta dela, entre sindicatos e empregadores, sobre o contracto colectivo de trabalho.

 

Para a direcção do CESP, a paralisação de trabalhadores de "supermercados, hipermercados, armazéns, logísticas da grande distribuição e lojas especializadas" é uma das "formas de luta" para "levar as empresas representadas pela APED [Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição] a uma negociação imediata do aumento dos salários contratuais e dos subsídios de refeição congelados há cinco anos nos valores nominais", argumenta.

 

Actualmente, avança ainda, "decorrem reuniões de conciliação no Ministério da Solidariedade Social e Emprego para revisão do Contrato Colectivo do sector da grande distribuição".

 

APED defende negociações

Do outro lado da mesa, a APED – associação que desde 20 de Abril é liderada pela cadeia Pingo Doce (Jorge Jordão) e vice-presidida pela Sonae Modelo Continente e pela Auchan Portugal (Jumbo/Pão de Açúcar) – "apela ao sentido de responsabilidade dos sindicatos e defende que se devem manter as negociações relativas à contratação colectiva de trabalho".

 

Citada em comunicado, a directora-geral da APED, Ana Isabel Trigo Morais mostra-se, ainda assim, optimista: "estamos empenhados num desfecho positivo decorrente das negociações que temos vindo a desenvolver" sobre o contracto colectivo de trabalho, disse.

 

A mesma responsável apela "à manutenção do diálogo": "para que possamos levar a bom porto a negociação referente ao contracto colectivo, a bem de todos os colaboradores do sector do retalho".

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