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Rainbow Portugal acelera com ex-mulher de milionário envolvido em escândalo sexual
A CEO Fernanda Alves, que foi Miss Internacional em 1996, desmente a insolvência da empresa e introduz um novo sistema de vendas dos aspiradores norte-americanos, após um período conturbado da marca provocado pelo seu ex-marido e sócio maioritário, o alemão Matthias Schmelz.
Nascido a 18 de julho de 1961, na Alemanha, Matthias Schmelz trabalhou como pedreiro na empresa do pai, tirou o curso de engenheiro e emigrou para Portugal em 1993.
No ano seguinte, torna-se importador exclusivo para o mercado português da prestigiada marca norte-americana de limpeza doméstica e de aspiradores Rainbow. E fez fortuna com este negócio.
Entretanto, em 1996, aquela que viria a ser a sua futura esposa, chega a Portugal para concorrer ao concurso de beleza Miss Portugal.
Nascida no Zimbabwe, filha de pai português e mãe sul-africana, Fernanda Alves vivia em Joanesburgo, na África do Sul, com os pais e mais três irmãos.
Formada em Psicologia Infantil, sempre sonhou ser "Miss", tendo ganho o primeiro concurso de beleza, Miss Teenage, em 1992, seguindo-se o de Miss Comunidade Portuguesa.
E foi "Dama de Honor" no concurso Miss Portugal, onde conheceu Matthias Schmelz. Ainda se sagrou Miss Internacional, no Japão, e em 1998 casou-se com o dono da Rainbow Portugal.
Separados desde 2015 e divorciados desde 2017, Fernanda e Matthias ainda estão juntos na "holding" Fénix Lusitana, mais conhecida por Rainbow Portugal, que é detida em 80% pelo empresário alemão e em 20% pela antiga "rainha da beleza", apesar de "a gestão do negócio ter sido, e continuar a ser, liderado pela Fernanda", garantiu ao Negócios fonte próxima da empresa.
Entretanto, no final do ano passado, rebenta em Portugal um escândalo sexual em que Matthias Schmelz surge como protagonista, suspeito de lenocínio e de pagar orgias com menores de idade, organizadas na sua casa do Estoril.
O milionário alemão viria a assumir namorar com uma jovem de 18 anos, que estaria grávida.
"Lamentamos a eventual insolvência da Matthias Schmelz, Unipessoal"
O negócio da Rainbow ressentiu-se com os danos reputacionais provocados pela vida pessoal do empresário. E a 13 de abril passado a Matthias Schmelz Lda, empresa que comercializa os aspiradores, comunicou aos funcionários e comerciais que iria avançar para um processo de insolvência devido ao encerramento da sua atividade provocada pela pandemia covid-19.
Face a esta informação, e com Schmelz "ausente do país e em parte incerta", Fernanda Alves, CEO da Fénix Lusitana, decide que é chegada a hora de vir publicamente garantir que a Rainbow Portugal está de boa saúde, está a "preparar-se para gradualmente voltar à atividade normal", vai introduzir "novos sistemas de vendas", que "em breve iniciarão os novos distribuidores no Porto e em Évora", e que "a assistência técnica e vendas continuam em funcionamento através de rede nacional".
"A Fénix Lusitana (Rainbow Portugal), importadora e distribuidora dos aspiradores americanos Rainbow bem como dos respetivos acessórios e assistência técnica, atribuiu duas novas licenças passando a deter uma rede nacional de 17 distribuidores independentes a nível nacional", começa por revelar, em comunicado.
Avança que a Rainbow Linda-a-Velha e a Rainbow Viana do Castelo abriram portas já durante o atual estado de emergência, o que, segunda a empresária, demonstra "a confiança que os novos distribuidores têm em relação ao futuro e à evolução da marca em Portugal".
A estas duas deverão juntar-se, "em breve", dois novos distribuidores, um em Évora e mais um outro no Porto.
Sobre a polémica que envolve a alegada insolvência da empresa, esclarece que, "já durante este período de emergência que está a afetar o país devido à crise pandémica da covid-19, o acionista da Matthias Schmelz, Unipessoal, Lda. (anteriormente conhecida como Rainbow Carnaxide) anunciou o interesse em solicitar a insolvência da empresa, tendo a maioria dos agentes autorizados sido absorvidos por outros distribuidores do grupo Rainbow Portugal".
"A Rainbow Portugal, apesar do atual momento de emergência em que o País e o mundo estão mergulhados, continua a assegurar, através da sua rede em Portugal, a assistência técnica aos clientes e é com muito orgulho que anuncio o início de atividade de dois novos distribuidores", diz Fernanda Alves, acionista e CEO da Fénix Lusitana.
"Lamentamos a eventual insolvência da Matthias Schmelz, Unipessoal, Lda., uma decisão do acionista único desta empresa, embora em nada afete a operação da Rainbow em Portugal", afirma ainda a empresária, de 44 anos, numa referência, sem o citar, ao seu sócio e ex-marido.
De resto, afiançando que está a seguir as recomendações do Ministério da Saúde e da Direção Geral da Saúde, "a Fénix Lusitana encontra-se, atualmente, a operar em teletrabalho, mas a prestar toda a assistência técnica solicitada pelos clientes, através da sua rede de distribuidores".
E tendo em conta o previsto levantamento, em breve, das restrições a que o país tem estado sujeito, a Rainbow Portugal "está a preparar-se para gradualmente voltar à atividade normal", anunciando, desde já, sem detalhar, que "vai reformular o seu sistema de venda direta de forma a adaptá-lo à nova realidade de relacionamento social"
A Rainbow Portugal garante que conta com 580 agentes autorizados, 124 colaboradores e mais de 325 mil clientes.