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Marcelo "preocupado" mas "não alarmado" com dados das exportações

O Presidente da República deu esta quarta-feira a agricultura portuguesa como "um bom exemplo de consenso nacional", também na balança comercial.

11 de Maio de 2016 às 11:33
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Os últimos dados das exportações portuguesas, relativos ao primeiro trimestre do ano - que resultaram num crescimento de 3,5% para países europeus, de uma queda de 16,9% para mercados não europeus e um balanço final de menos 2% face ao período homólogo de 2015 - "preocupam" o Presidente da República.

Marcelo Rebelo de Sousa, que na manhã desta quarta-feira, 11 de Maio, esteve na abertura de uma conferência sobre o Roteiro 2020 para a Agricultura, em Lisboa, defendeu que "há que estar preocupado" com os últimos dados. Mas sublinhou também:"Há que não entrar em alarmismos".

Ao auditório presente no auditório da Fundação Gulbenkian, o antigo professor universitário explicou a  sua visão dos últimos dados sobre as vendas e compras de Portugal ao exterior. "Primeira reflexão: preocupada". "De facto", justificou, "a conjuntura mundial é uma conjuntura que não está a ser favorável, pela sua instabilidade", pelo momento vivido pelos países produtores de petróleo e pela dos países emergentes.

"E, no caso de serem mercados destino das nossas exportações, isso não é uma boa notícia", frisou o Chefe de Estado.
 
"Mas, por outro lado, eu não partilho do pessimismo daqueles que dizem que isto é sinal irreversível e inexorável de um erro da orientação da política económica" ou de "instabilidade vivida em Portugal", quis também destacar.

"Se assim fosse não havia a evolução positiva no quadro da União Europeia, pese decisivamente  peso de três economias europeias, relativamente às quais há factores politicos, económicos e sociais, de grau diferente, que condicionam as nossas exportações", justificou.
 
"Há que estar preocupado com a conjuntura internacional" mas  "há que não entrar em alarmismo, que normalmente correspodem aos debates políticos de conjuntura, de não entrar em alarmismo quanto aquilo que não é, no momento em que estamos a analisar, uma tendência global, homogénea, de quebra das exportações portuguesas, insistiu

Aos jornalistas, à saída do evento, Rebelo de Sousa repetiu as "duas palavras" que quis deixar sobre "os números sobre primeiro trimestre deste ano relativamente às exportações": "A primeira, preocupada - há economias fora da Europa que estão a ter problemas que condicionam a nossas exportações, que explicam uma queda de quase 17%. Felizmente que não se pode dizer que isso seja resultado de instabilidade, ou que seja resultado e uma política globalmente errada, porque há crescimento na exportações europeias".

"É um momento de preocupação, não é um momento de alarmismo", sublinhou, escusando-se depois a responder a perguntas sobre educação, nomeadamente sobre a polémica da redução do financiamento das escolas do sector privado e cooperativo ao abrigo dos contratos de associação.

Antes, na abertura da conferência organizada pela Confederação dos Agricultores Portugueses (CAP), em parceria com a Fundação Calouste Gulbenkian, o Chefe de Estado considerou que "a agricultura está a ser um bom exemplo de consenso nacional, com grande sucesso, de substituição de importações e de exportações.

(Notícia actualizada às 12:11 com mais informação)

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