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Lojas grandes empregam um terço do pessoal em "part time"
Um relatório do INE mostra que metade das Unidades Comerciais de Dimensão Relevante são do sector alimentar e que sete em cada dez pessoas ao serviço são mulheres. No ano passado, as vendas totais no comércio subiram 7%.
Em Portugal havia no final do ano passado quase 3.500 Unidades Comerciais de Dimensão Relevante (UCDR), como o Instituto Nacional de Estatísticas (INE) cataloga as lojas de retalho alimentar ou não alimentar com, respectivamente, mais de 2.000 ou 4.000 metros quadrados de área de exposição e vendas.
O número total de estabelecimentos deste género aumentou 2,8% em 2017, um ritmo de crescimento que quase dobrou a percentagem registada no ano anterior, estando metade (50,4%) deles dedicados ao sector alimentar. Com uma subida de 5,5% face ao período homólogo, o volume de negócios ascendeu a 18,3 mil milhões de euros (valores sem IVA).
Em termos de emprego, estas lojas de média e grande dimensão tinham um total de 114,6 mil pessoas ao serviço, das quais 69% pertencem a unidades de retalho alimentar. O destaque do INE publicado esta segunda-feira, 17 de Dezembro, mostra o predomínio das mulheres (68,8%) e que quase um terço dos trabalhadores (30,5%) está a tempo parcial.
Independentemente da dimensão e do sector, as empresas de comércio melhoraram os principais indicadores económicos no último exercício. A começar pelas vendas, que totalizaram 136,9 mil milhões de euros (+6,9%) – com o grossista a valer 49,3% do total e o restante dividido por comércio a retalho (35,8%) e sector automóvel (14,9%) –, mas também no valor acrescentado bruto (17,8 mil milhões de euros, +7,3%); na margem comercial (+6%); e no pessoal ao serviço (768,1 mil trabalhadores, +2,5%).
"Embora as empresas de comércio em nome individual (onde se incluem empresários em nome individual e trabalhadores independentes) tenham continuado a predominar em 2017 (56,2%), as sociedades geraram 95,9% do total do volume de negócios do sector de comércio e empregaram 80,2% dos trabalhadores", informa o relatório divulgado pelo INE.
A categoria "produtos alimentares, bebidas e tabaco" foi a mais comercializada tanto na actividade grossista (27,3% do total) como no retalho (32,8%). Neste segmento retalhista, no grupo de produtos mais vendidos seguiram-se os "combustíveis e outros produtos novos", onde se incluem também os artigos de ourivesaria e relojoaria, material fotográfico e óptico, e produtos de limpeza (22,9%); e o "vestuário, produtos médicos e farmacêuticos, artigos de higiene" (22,1%).