Notícia
Crise das laranjas leva produtores de sumo a equacionar outras frutas
O preço das laranjas escalou tanto nos últimos dois anos que os produtores mundiais de sumo de laranja estão a considerar utilizar outros citrinos para fazer a bebida.
Já reparou que as laranjas estão cada vez mais caras? As alterações climáticas têm introduzido obstáculos desafiantes à sua produção no Brasil e o impacto nas colheitas tem sido tão devastador que os preços destes citrinos têm atingido máximos históricos. A situação é tão dramática que os fabricantes de sumo de laranja já estão a explorar a hipótese de utilizar outros citrinos, como a tangerina, na produção da bebida.
O Brasil é responsável por cerca de 70% da produção mundial de laranjas, mas nos últimos três anos tem registado grandes problemas nas suas colheitas. Este ano, espera-se que a produção desta fruta diminua 24% quando comparada com a do ano anterior, numa altura em que as laranjeiras do país têm sido afetadas por uma doença chamada "citrus greening" provocada pela exposição a ondas de calor e secas extremas durante o seu período de florescimento.
Os futuros sobre os preços de sumo de laranja atingiram, esta terça-feira, um novo máximo histórico de 4,95 dólares por libra-peso. "Isto é uma crise", afirmou Kees Cools, presidente da Associação Internacional de Sumos de Fruta e Vegetais (IFU, na sigla inglesa), ao Financial Times. "Nunca vimos nada assim, mesmo durante vastas ondas de frio ou como consequência de grandes tornados", acrescentou.
Nos últimos anos, os produtores de sumo de laranja contornaram os obstáculos impostos por colheitas reduzidas com o armazenamento de laranjas congeladas - que têm um prazo de validade de dois anos. No entanto, com a redução dos "stocks", os produtores estão cada vez mais limitados e estão a começar a ponderar fazer o sumo de laranja com outros citrinos, como é o caso das tangerinas, cujas árvores são muito mais resilientes às alterações climáticas.
A indústria já anda a experimentar com esta ideia. No Japão, que importa mais de 90% do sumo de laranja que o país consome, a situação tem sido ainda mais agravada pela desvalorização do iene em relação ao dólar. Por isso, um conglomerado japonês de retalho, o Seven & i Holdings, lançou uma nova bebida que junta laranjas e tangerinas, aproveitando a oferta interna de tangerinas no país.
O caminho para contornar o problema pode mesmo passar por aí, mas são necessárias mudanças legislativas, ao nível da agência alimentar da ONU e ao nível de cada país, para que o sumo de laranja possa conter outros citrinos. No entanto, Francois Sonneville, analista da Rabobank, adverte ao The Guardian que esta mudança comportaria grandes custos operacionais, uma vez que se torna necessário fazer o transporte de uma segunda fruta para um processador.
Em Portugal, e segundo dados da plataforma de comparação de preços de supermercados "Kabaz.pt", o preço das laranjas aumentou mais de 46% entre fevereiro e abril, o que acabou por afetar "invariavelmente outros produtos, como os sumos, que também têm subido de preço nos últimos meses", afirmou Pedro Pimenta, "head of bussiness" da plataforma.
O Brasil é responsável por cerca de 70% da produção mundial de laranjas, mas nos últimos três anos tem registado grandes problemas nas suas colheitas. Este ano, espera-se que a produção desta fruta diminua 24% quando comparada com a do ano anterior, numa altura em que as laranjeiras do país têm sido afetadas por uma doença chamada "citrus greening" provocada pela exposição a ondas de calor e secas extremas durante o seu período de florescimento.
Nos últimos anos, os produtores de sumo de laranja contornaram os obstáculos impostos por colheitas reduzidas com o armazenamento de laranjas congeladas - que têm um prazo de validade de dois anos. No entanto, com a redução dos "stocks", os produtores estão cada vez mais limitados e estão a começar a ponderar fazer o sumo de laranja com outros citrinos, como é o caso das tangerinas, cujas árvores são muito mais resilientes às alterações climáticas.
A indústria já anda a experimentar com esta ideia. No Japão, que importa mais de 90% do sumo de laranja que o país consome, a situação tem sido ainda mais agravada pela desvalorização do iene em relação ao dólar. Por isso, um conglomerado japonês de retalho, o Seven & i Holdings, lançou uma nova bebida que junta laranjas e tangerinas, aproveitando a oferta interna de tangerinas no país.
O caminho para contornar o problema pode mesmo passar por aí, mas são necessárias mudanças legislativas, ao nível da agência alimentar da ONU e ao nível de cada país, para que o sumo de laranja possa conter outros citrinos. No entanto, Francois Sonneville, analista da Rabobank, adverte ao The Guardian que esta mudança comportaria grandes custos operacionais, uma vez que se torna necessário fazer o transporte de uma segunda fruta para um processador.
Em Portugal, e segundo dados da plataforma de comparação de preços de supermercados "Kabaz.pt", o preço das laranjas aumentou mais de 46% entre fevereiro e abril, o que acabou por afetar "invariavelmente outros produtos, como os sumos, que também têm subido de preço nos últimos meses", afirmou Pedro Pimenta, "head of bussiness" da plataforma.