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Apesar de ter "excesso de dinheiro", Jerónimo Martins não antecipa aquisições

Em declarações aos analistas, a dona do Pingo Doce não exclui porém compras que se adeqúem ao modelo de expansão da Ara na Colômbia e diz estar atenta a oportunidades nos países limítrofes da Polónia.

Bruno Simão
21 de Abril de 2017 às 16:06
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A Jerónimo Martins considera que o facto de dispor de muito dinheiro não significa obrigatoriamente que esteja a ponderar novas compras, afirmou aos analistas, numa conference call realizada esta sexta-feira, 21 de Abril, a empresa liderada por Pedro Soares dos Santos.

"Não faremos um movimento drástico apenas porque temos excesso de dinheiro", afirmou a secretária da sociedade, Ana Luísa Virgínia, em declarações citadas pela Bloomberg, um dia depois de a retalhista ter apresentado lucros de 78 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, um aumento de 0,4% em relação ao período homólogo de 2016.

Nos resultados revelados esta quinta-feira, a empresa apresentou 2.112 milhões de euros em fundos de accionistas, que incluem reservas e resultados retidos. E confirmou o seu programa de investimento para 2017, que se elevará a 700 milhões de euros, bem como as mais de 100 novas lojas Biedronka previstas na Polónia e pelo menos 150 estabelecimentos na Colômbia, onde explora as lojas Ara. Nesse mercado, não exclui compras que se adeqúem ao modelo de expansão daqueles estabelecimentos.

A responsável admitiu que a empresa está atenta a oportunidades em países limítrofes da Polónia, de onde continua a chegar o grosso das vendas – 2.527 milhões de euros proporcionados pela Biedronka de Janeiro a Março, quase 70% das vendas totais, que comparam com 823 milhões do Pingo Doce. Porém, referiu que a Jerónimo Martins "mantém a opinião de que nos devemos concentrar nos países em que actualmente operamos."

As casas de investimento que esta sexta-feira se pronunciaram sobre os resultados consideram que os números ficaram em linha com as previsões, embora a boa performance da Biedronka tenha sido ofuscada pela também polaca Hebe e pela colombiana Ara. "Globalmente, a sólida evolução de vendas, nomeadamente na Polónia, foi penalizada (ao nível da rentabilidade) pelas maiores perdas nas novas operações", considerou o Caixa BI numa das notas de análise.

A empresa diz-se optimista em relação ao enquadramento económico do mercado polaco, que permanece muito competitivo, o que poderá estar por detrás da sinalização, pela Tesco, do possível encerramento de algumas lojas.

Uma maior concorrência que tem, desde logo, com efeitos nos salários, obrigando a Biedronka a realizar sucessivos aumentos dos vencimentos dos seus trabalhadores. Esta semana, o sindicato polaco Solidariedade pediu novos aumentos de mais de 10% para os colaboradores, ameaçando avançar como uma greve a 2 de Maio.

Em causa está uma subida para cerca de 2.800 zloty (cerca de 660 euros à cotação actual) do salário mínimo praticado naquelas unidades comerciais, face aos actuais 577 euros (2.450 zloty). Nos últimos 12 meses, de acordo com a imprensa local, os trabalhadores da empresa já viram os seus salários aumentados por três vezes.

"Vamos continuar a fazer alguns ajustamentos na política de remunerações na Biedronka mas em termos de aumentos de vencimento esperamos que esse seja o maior deste ano," afirmou Ana Luísa Virgínia.

No início de Abril, a Jerónimo Martins tinha aumentado em 6,5% os salários mais baixos dos caixeiros da Biedronka, um ritmo inferior ao incremento levado a cabo por concorrentes como o Lidl e o Kaufland e ao da subida do salário mínimo do país (8%), um facto que então o Haitong considerou positivo para a empresa liderada por Pedro Soares dos Santos.

As acções da Jerónimo Martins caem 0,92% para 16,15 euros, depois de terem estado a perder mais de 1% ao longo da sessão.
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