Amancio Ortega vai encaixar, esta segunda-feira, 1.422,5 milhões de euros em dividendos da Inditex naquele que figura como o segundo pagamento aos acionistas do exercício de 2023.

O fundador do grupo galego detém 59,24% das ações, recebendo o pagamento sobretudo através da sua "holding" Pontegadea, que controla 50,01% da Inditex e na qual Amancio Ortega utiliza os fundos obtidos através de dividendos para reinvestir.

Ao todo, este ano, Ortega arrecada assim só a título de dividendos 2.845 milhões de euros. A sua filha, Sandra Ortega, proprietária de 5,053% do capital, vai receber, só como pagamento desta segunda-feira, 120 milhões de euros.

As contas são feitas pelos jornais espanhóis Cinco Días e pelo El Economista e resultam do facto da Inditex, dona de marcas como a Zara, Massimo Dutti, Berska, Stradivarius e Oysho, ter registado os maiores lucros de sempre - 5.381 milhões de euros - no exercício fiscal passado (01 de fevereiro de 2023 a 31 de janeiro de 2024). Um resultado líquido que extraiu das vendas que cresceram mais de 30% para o valor recorde de 35.947 milhões.

Segundo explica a imprensa espanhola, o grupo entrega esta segunda-feira um "duplo" dividendo: um complementar, a cargo das contas de 2023, de 0,27 euros por ação, e outro especial, de 0,5 euros brutos por título. Assim, somando os dois, o grupo vai desembolsar, no total, 2.399 milhões de euros, o maior que uma cotada espanhola tem previsto realizar nos próximos meses.

A Inditex tem tido uma política de remuneração dos acionistas estável ao longo do tempo. Embora tenha entrado em bolsa em 2001, desde maio de 2009 começou a pagar dividendos duas vezes ao ano (maio e novembro) e, desde então, tem-se mantido fiel a esse figurino, abrindo apenas uma exceção durante a crise da pandemia, já que não pagou o dividendo de maio de 2020. A partir daí não falhou e tem elevado o valor do dividendo ano após ano.

Em 2019, para se ter uma ideia, pagou no total 0,88 euros por ação, registando-se assim um aumento de 75% desde então.