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Venda de seguros de saúde em vias de novo recorde mas ramo vida penaliza setor

Até outubro, a venda de seguros de saúde já atingiu os mil milhões de euros, o mesmo valor alcançado em todo o ano passado. Por outro lado, segmento vida penaliza negócio das seguradoras.

José Galamba de Oliveira, presidente da APS. Fernando Ferreira / Cofina Media
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A venda de seguros atingiu os 9,8 mil milhões de euros nos primeiros 10 meses do ano, menos 6,5% do que no mesmo período do ano passado, de acordo com os dados da Associação Portuguesa de Seguradores divulgados a propósito dos 40 anos da instituição. O negócio está a ser especialmente pressionado no setor vida, mas na área não vida, nomeadamente no segmento de saúde, as vendas estão a subir.

As diferenças são substanciais: no ramo vida o montante arrecadado pelas seguradoras com os prémios diminuiu 16,9%, para 4,9 mil milhões de euros - com menos subscrições de PPR e outros produtos financeiros -, enquanto o ramo não vida subiu 6,7%, para 5 mil milhões. José Galamba de Oliveira, presidente da APS, indicou aos jornalistas que "estes são crescimentos nominais", o que, numa altura de forte inflação, "deixa a dúvida se, em termos reais, este negócio está a crescer ou não".

Do lado dos custos, as seguradoras tiveram 8 mil milhões de euros no total, dos quais 5,2 mil milhões do ramo vida (reembolsos), menos 25% do que no período homólogo. José Galamba de Oliveira explica que "pode ter que ver com o período em que foram comprados" esses produtos financeiros. No ramo não vida (sinistros) ficaram nos 2,8 mil milhões de euros, mais 8,3%, "o que é, obviamente, um fator de preocupação". Galamba de Oliveira admite que possa estar relacionado com a inflação.

O segmento automóvel (que representa 36% do negócio não vida das seguradoras) atingiu vendas de 1,8 mil milhões de euros, uma melhoria de 3,9%. No entanto, este valor "indicia claramente que, em termos reais, já estamos aqui a decrescer". Os custos com sinistros aumentaram 12,2%, para 1,1 mil milhões.

Já na saúde (que vale 20% de todo o negócio não vida), a produção de seguros chegou aos mil milhões de euros, mais 10,8%, ou seja, em 10 meses está já ao nível de todo o ano passado, que tinha sido um ano recorde. Neste segmento, os custos com sinistros aumentaram 10,5%, para 700 milhões de euros.

Em relação aos acidentes de trabalho (18% do negócio não vida), as vendas ficaram nos 900 milhões de euros, uma subida de 6,2%, enquanto os custos com sinistros cresceram 6,4% (600 milhões).

Finalmente, as vendas de seguros no segmento dos incêndios e outros danos subiram 6,9%, para 900 milhões de euros, e os custos caíram 0,2%, para 400 milhões.
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