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Transferências imediatas para bancos europeus vão ser possíveis até final de 2020

O processo envolve o Banco de Portugal, o Banco Central Europeu (BCE), a SIBS e os bancos portugueses, que já deram o seu acordo para que essa solução passe a estar disponível até ao final de 2020.

Jonas Leupe/Unsplash
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As transferências imediatas, solução de pagamento que permite transferir dinheiro para outra conta em poucos segundos, vão passar a poder ser feitas entre bancos de diferentes países europeus. O objetivo é que esta solução fique disponível até setembro de 2020, um prazo que poderá ter de ser alargado até ao final do ano devido aos constrangimentos que surgiram com a pandemia do coronavírus.

As transferências imediatas são aquelas que são feitas através dos portais de homebanking ou das aplicações móveis dos bancos e que permitem que a conta de destino receba o dinheiro transferido em menos de dez segundos. Desde setembro de 2018 que esta solução - antes só possível através do serviço MB Way - está disponível em Portugal para qualquer banco que queira aderir.

Atualmente, só é possível realizar transferências imediatas entre prestadores de serviços de pagamentos nacionais. A adesão ao chamado "Target Instant Payment Settlement Service" (TIPS), um serviço europeu lançado no final de 2018, vai mudar isso, ao permitir a transferência imediata de fundos para qualquer conta de qualquer banco europeu que tenha aderido ao mesmo serviço.

O processo envolve o Banco de Portugal, o Banco Central Europeu (BCE), a SIBS, que irá assegurar a ligação com o sistema europeu, e os bancos portugueses, que já deram o seu acordo para que essa solução passe a estar disponível até ao final de 2020. O prazo previsto era setembro deste ano, mas a pandemia poderá alterar os planos. Mesmo assim, o objetivo continua a ser não ultrapassar este ano.

Transferências imediatas disparam

Esta nova solução chega numa altura em que as transferências imediatas estão a crescer de forma significativa em Portugal.

Em 2019, segundo os dados do mais recente Relatório dos Sistemas de Pagamento do Banco de Portugal, foram efetuadas, em média, 8.494 transferências imediatas por dia, com um valor médio de 1.301 euros, que representa uma subida de 51% em relação a 2018. Estes números ficam a dever-se, sobretudo, a uma utilização significativa por parte das empresas.

Ao todo, no ano passado, foram realizadas 3,1 milhões de transferências diárias, num valor total de 4 mil milhões de euros, o que representa crescimentos de 311,8% e de 521,7%, respetivamente.

Contactless e online crescem, mas ainda são pouco significativos

O relatório publicado esta segunda-feira pelo Banco de Portugal mostra ainda que, no ano passado, a utilização do contactless e das compras online cresceram a dois dígitos. Contudo, estes meios de pagamento continuam a ser pouco significativos no sistema global.

Em 2019, foram realizadas 3 mil milhões de operações através do SICOI, o sistema de pagamentos de retalho gerido pelo Banco de Portugal, num valor total de 523,1 mil milhões de euros, valores que representam aumentos de 9,3% e 6,4% em relação a 2018, respetivamente.

Nesse ano, 46% dos cartões já permitiam pagamentos contactless (uma subida de 27,5%) e 85% dos terminais de pagamento automático permitiam esse tipo de pagamento (um aumento de 20,7%).

Contudo, a utilização da tecnologia contactless representou apenas 7,8% do número total de operações de pagamento e 3% do valor total de compras com cartão, num valor médio de 14,5 euros por compra.

Ao mesmo tempo, o número de compras online com cartão aumentou 43%, enquanto o valor destas compras subiu 28%. Mesmo assim, as compras online continuaram a representar apenas 6,3% do número de operações de pagamento e 7,5% do valor do total das compras com cartões emitidos em Portugal.

Estas, acredita o Banco de Portugal, são duas tendências que deverão manter um ritmo de crescimento significativo durante este ano, até devido à pandemia, que obriga a população a realizar compras com o mínimo de contacto físico possível.
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