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Trabalhadores do BCP falam em "afronta" com 4,9 milhões para pensões de administradores

A proposta de pagamento extraordinário para as pensões dos administradores executivos é alvo de críticas pela comissão de trabalhadores. "Demasiado escandalosa", critica Cristina Miranda.

Tiago Sousa Dias/Correio da Manhã
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Um conjunto de cinco representantes da comissão de trabalhadores (CT) do Banco Comercial Português foi para a porta da assembleia-geral de accionistas desta quarta-feira, 30 de Maio, para mostrar a oposição à proposta de pagar um valor extraordinário de 4,9 milhões de euros para os administradores executivos do banco.

 

"Para nós, é uma afronta para a dignidade das pessoas que trabalham no banco", comentou Cristina Miranda, da comissão de trabalhadores, em declarações aos jornalistas, à porta da reunião de accionistas, que se realiza no Tagus Park, Oeiras.

 

A representante do Porto da comissão de trabalhadores contesta a "prioridade" escolhida pelo BCP por conta de uma proposta a votar na reunião de accionistas.

 

Na assembleia-geral desta quarta-feira, onde estão presentes vários membros da CT, o conselho de remunerações e previdência tem uma proposta para votação que prevê uma contribuição única e extraordinária de 4,9 milhões de euros para os  planos de pensões dos administradores executivos do banco que estão em funções, justificada com a aproximação aos valores pagos em média no PSI-20.

 

A decisão, acompanhada de um aumento das remunerações dos administradores executivos em 2017 (com o banco já sem as amarras do Estado), é tomada quando os funcionários estiveram três anos (de 2014 até 2017) com cortes de 3% a 11% nos salários acima de mil euros brutos mensais.

 

No memorando assinado quando ficou acordado esse corte, ficou escrito que haveria reposição desses montantes que não seriam pagos. Valores que ainda não foram devolvidos.

 

"Qual a prioridade do banco, que se esquece de quem ganha menos?", questiona Cristina Miranda. "Demasiado escandalosa". "Há um período de seca e depois é logo 4,9 milhões de euros", continua, acrescentando que seria aceitável esse pagamento aos executivos se, antes disso, houve distribuição pelos trabalhadores.

 

Houve esta quarta-feira uma reunião com a comissão executiva do BCP, onde não foram avançadas dadas sobre quando esperam repor os valores cortados nos salários. Foi garantido que a gestão está "convicta" de que iria repor os valores cortados, mas sem avançar números. Nuno Amado já disse que esperava que existissem propostas de reposição ou devolução dos cortes quando houvesse resultados distribuíveis, o que disse ter "expectativa" que pudesse acontecer no próximo ano, mas sem assumir esse compromisso.

 

"Os bancários eram uma classe privilegiada, mas agora não é muito", concluiu.

 

Este é um tema que tem também levado às queixas dos sindicatos, deixando o BCP, na sua nova fase, entre os trabalhadores e os accionistas.

 

A reunião não terminou, pelo que não houve ainda votação da proposta do pagamento extraordinário. 

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