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Totta assume risco de "situações inesperadas" encontradas no Banif

O Santander Totta diz que encontrou "situações inesperadas" no Banif. O banco defende que assume todo o risco por problemas que encontrou na aquisição do Banif, argumentando que a garantia dada pelo Estado não poderá compensar esse valor.

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O Santander Totta garante que quaisquer riscos futuros advindos da operação comprada ao Banif serão sempre de sua responsabilidade. "As situações inesperadas e surpresas que existam sobre activos e passivos [comprados ao Banif] são risco do Totta", declarou o administrador com o pelouro financeiro do banco, Manuel Preto.


E, efectivamente, já foram encontradas "surpresas". Segundo disseram Manuel Preto e o presidente executivo do Totta, António Vieira Monteiro, foram encontradas "situações a todos os níveis, quer o nível de crédito, quer ao nível de outras situações" na carteira adquirida no final de 2015. Mas ambos asseguram que o Estado não vai ter custos com tais riscos.

 

"As situações inesperadas são nosso risco. O risco é nosso", reforçaram os dois responsáveis do banco na conferência de imprensa de divulgação de resultados de 2015, esta quarta-feira, 27 de Janeiro.

 
Estado sem responsabilidade


Segundo explicou Manuel Preto, o Estado não assumiu qualquer responsabilidade de, no futuro, vir a compensar o Totta por problemas no Banif. "Nós não temos nada disso". Aliás, "essa foi uma condição" que o Santander Totta colocou perante a Comissão Europeia, de forma a não ter qualquer tipo de limitação de concorrência nos próximos anos. "Não podia haver qualquer tipo de opcionalidade ou compensação futura sobre aquilo que era a sua gestão do negócio", continuou o administrador Manuel Preto. 

 

Assim, de acordo com o gestor financeiro do banco que pertence ao grupo espanhol, a garantia que o Estado deu ao Santander de 323 milhões de euros não poderá servir para cobrir estes riscos sobre a actividade. De acordo com Manuel Preto, a garantia é apenas para correcções matemáticas: os activos e passivos foram transferidos com determinado montante mas as autoridades europeias deram um "espaço" ao Banco de Portugal para acertar os valores definidos aquando da resolução, de 20 de Dezembro de 2015.

 

Sem participações criminais

 

Nessa data, o Santander Totta comprou a actividade bancária tradicional do Banif por 150 milhões de euros, rejeitando alguns activos, como imobiliário, que transitaram para um veículo, antiga Naviget, agora Oitante.

 

Desde essa compra, Vieira Monteiro disse ter encontrado "situações" que não esperava, mas não quis especificar, dizendo apenas que foram, em parte, na carteira de crédito. Questionado sobre se são motivos para participações criminais, o presidente executivo do banco de direito português disse que não faz esse tipo de comunicações e que cabe às autoridades nacionais fazerem-nas.

 

Sobre estas situações "que não conhecia", o banqueiro rejeitou que tenha, por isso, recebido o Banif como um "jackpot". "Não costumamos adquirir maus negócios, mas não fomos beneficiados", declarou. Mesmo com as referidas surpresas, o banco acredita que os clientes do Banif estão agora melhor servidos e não nega futuras aquisições: o Santander Totta está "atento" ao Novo Banco.

Esta quarta-feira, o Santander Totta revelou um lucro de 291,3 milhões de euros em 2015, um aumento de 50,9% em relação ao ano anterior. O negócio também aliviou as contas do grupo espanhol, como um todo, em 283 milhões de euros face às provisões que tinham sido constituídas.

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