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Taxa de solidariedade? Banca diz que não devem ser criados "mais entraves" ao setor
A Associação Portuguesa de Bancos (APB) afirma desconhecer e não compreender "que razões podem justificar a aplicação de uma contribuição de solidariedade apenas sobre o setor bancário".
A Associação Portuguesa de Bancos (APB) considera que a nova taxa de solidariedade de 33 milhões que a banca vai pagar para ajudar a suportar os custos da crise é mais um entrave à capacidade do setor para financiar a economia.
De acordo com a entidade liderada por Faria de Oliveira, "qualquer taxa de solidariedade, a ser necessária, não deveria incidir precisamente sobre o setor que, quer no presente, onde vem apoiando decisivamente famílias e empresas, mas essencialmente no futuro, tem um papel determinante na recuperação da atividade económica".
"Não deveria, ainda, deixar de se ter em consideração que o sistema bancário, em consequência da brutal recessão provocada pela pandemia e do aumento do incumprimento do crédito que sempre ocorre nessas circunstâncias, poderá ser um dos setores mais afetados", realça a APB, defendendo ainda que, perante o contexto atual, "a saúde financeira da banca tem que ser preservada, não devendo ser criados mais entraves à capacidade dos bancos financiarem a economia e serem competitivos no espaço europeu".
Foi no sábado que o Governo publicou, em Diário da República, o despacho que aprova o Programa de Estabilização Económica e Social.
Nesse documento, o Governo diz que bancos vão passar a pagar um adicional à contribuição de solidariedade sobre o setor bancário - uma taxa que vai render 33 milhões ao Estado - para ajudar a financiar a crise.
Esta taxa, lê-se no programa, tem como objetivo "contribuir para suportar os custos da resposta pública à atual crise, através da sua consignação ao Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social".