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S&P retira bancos de vigilância negativa mas mantém “rating” na categoria especulativa

Tal como fez para a dívida portuguesa, a agência de notação financeira retirou os bancos nacionais de vigilância negativa, o que indica que não haverá um corte no muito curto prazo. Metro de Lisboa e Parpública também beneficiaram da acção.

Bruno Simão/Negócios
22 de Janeiro de 2014 às 18:17
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A Standard & Poor’s decidiu retirar os bancos portugueses de vigilância negativa, o chamado CreditWatch, tal como tinha feito, no final da semana passada, para Portugal.

Fora desta vigilância negativa, os bancos já não correm o risco de o “rating” ser cortado no prazo de 90 dias, como a agência tinha alertado em Setembro de 2013.

 

Contudo, a perspectiva sobre a notação financeira do Santander Totta, Caixa Geral de Depósitos, Banco Espírito Santo, Banco BPI e Banco Comercial Português continua a ser negativa, isto é, embora não seja esperada uma revisão em baixa no prazo de 90 dias, é possível que ela aconteça num espaço temporal entre seis e 24 meses.

Esperando que Portugal consiga cumprir as metas orçamentais para 2013 ( com um défice de 5,5% do Produto Interno Bruto) e à medida que a economia "estabiliza", a S&P retira pressão sobre a banca nacional mas só para o muito curto prazo.

“Apesar dos desafios persistentes, o ambiente económico e operacional em Portugal e o crédito individual dos bancos não se deterioraram ainda mais, na nossa perspectiva”, aponta a agência de notação financeira no comunicado publicado na tarde desta quarta-feira.

 

A agência considera que os riscos elevados para a banca permanecem, ainda assim, consideráveis. Além disso, as provisões que os bancos têm de realizar para cobrir eventuais perdas com créditos “vão continuar elevadas, o que vai continuar a limitar os resultados”.

“Esperamos que o sistema financeiro português registe o quarto ano consecutivo de prejuízos líquidos em 2014”, indica o comunicado da S&P. 

 

Em suma, a agência norte-americana decidiu retirar de vigilância negativa todos os bancos nacionais que analisa, mas manteve, também todos, sob uma perspectiva negativa. Todos mantêm um “rating” de nível especulativo, o chamado “lixo”. Ou seja, quando a agência não aconselha o investimento. Há é diferentes níveis de “lixo” para os vários bancos.

O Santander Totta, banco nacional mas cuja casa-mãe se encontra em Espanha, tem o melhor “rating” entre a banca portuguesa, com uma notação de “BB”, a segunda mais elevada na categoria especulativa. É o único banco que tem a mesma classificação que a dívida soberana portuguesa.

Seguem-se a CGD, o BES e BPI com o “rating” de “BB-”, um grau mais baixo do que a notação da dívida de Portugal. O BCP tem uma classificação de risco de “B”, o quinto degrau na escala em que a S&P já não aconselha investimento.

 

Metro também beneficiou da acção sobre Portugal

 

Estas revisões de "rating" são habituais na sequência de revisões à classificação de risco soberana. Na sexta-feira, foi a vez de Portugal sair da vigilância negativa e, na semana seguinte, têm sido várias as acções em empresas intimamente ligadas à dívida portuguesa.

 

Além dos bancos, também a Parpública e o Metro de Lisboa deixaram de estar na lista das empresas cujo "rating" poderia ser cortado no muito curto prazo. Agora, tal como Portugal, a vigilância já não é negativa embora a perspectiva (para o período entre 6 e 24 meses) continue a ser.

 

A Parpública, que gere as participações do Estado em empresas, tem um "rating" de B. Já o Metro de Lisboa tem a mesma classificação que Portugal: "BB". 

 

 

(Notícia actualizada às 19h05 pela última vez)

 

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