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S&P sobe perspetiva do rating do BCP

O "outlook" do BCP passou de "estável" para "positivo", sendo que o rating foi mantido em "BB", que corresponde ao segundo nível de "lixo".

Miguel Baltazar
Nuno Carregueiro nc@negocios.pt 10 de Outubro de 2019 às 15:33

A Standard & Poor’s elevou o "outlook" (perspetiva) do "rating" do Banco Comercial Português de estável para positivo, o que abre caminho para uma revisão em alta do "rating".

A notação financeira foi reiterada em "BB". Uma melhoria do rating num nível, para BB+, elevará a classificação da dívida do banco liderado por Miguel Maya para o último nível de "lixo".

Em março de 2018 a S&P tinha colocado a perspetiva do BCP em positiva e em Outubro desse ano acabou por elevar o "rating" para o atual nível.

Numa nota publicada esta quinta-feira, a S&P adianta que o "rating" será melhorado nos próximos 12 a 18 meses caso o banco reforce a rentabilidade da unidade em Portugal sem aumentar o apetite pelo risco. E ao mesmo tempo consiga manter "a sua eficiência", "diversificação das receitas" e capacidade para defender a posição no "concentrado sistema bancário português".  

Para melhorar a perspetiva, a agência assume também que o BCP vai continuar a limpar o balanço, com o NPE (crédito mal parado e outros ativos tóxicos) a baixar para 6% no final de 2020, bem como a reforçar os rácios de capital.

S&P destaca subida dos lucros e descida do mal parado
A S&P explica que a subida da perspetiva deve-se "à nossa crença que o BCP está a melhorar gradualmente a sua rentabilidade na atividade doméstica, enquanto progride na limpeza do balanço e preserva uma melhor posição de capital".

 

No relatório, a S&P nota que o BCP obtém lucros desde 2017 e estima que a rentabilidade continue a aumentar devido à diminuição das perdas com crédito mal parado. Isto apesar do abrandamento da economia europeia e das baixas taxas de juro na região.  

 

A agência destaca ainda que o BCP permanece "mais eficiente" do que pares domésticos e internacionais, aproveitando o facto de ter implementado reestruturações significativas mais cedo do que a média do setor. O rácio que mede a relação entre custos e receitas ("cost to income") do BCP estava em junho nos 47%, o que compara com a média do setor de 58% no final do ano.

 

Pela positiva a S&P assinala ainda a exposição internacional do BCP, em particular na Polónia, que "suportou a rentabilidade dos bancos nos últimos anos".

 
No mesmo relatório, a S&P avisa que a perspetiva do rating do BCP pode ser reduzida no futuro se o banco não for capaz de melhorar a rentabilidade em Portugal, as indemnizações aos clientes na Polónia forem piores do que o esperado, penalizando os rácios de capital do banco, e se o BCP adotar uma estratégia de crescimento agressivo que coloque em causa o seu perfil financeiro.

A Fitch também tem um "rating" de BB para o BCP, enquanto a Moody's atribui uma notação financeira de Baa3 (um nível acima de "lixo").

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