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Santoro: "Esta OPA sobre o BPI está ligada à máquina"

Mário Silva, presidente do conselho de administração da Santoro, considera que o adiamento da votação da desblindagem dos estatutos do BPI "é uma derrota" para o próprio banco e garante que, no actual quadro, não é possível qualquer entendimento com o CaixaBank.

Paulo Duarte/Negócios
29 de Abril de 2015 às 14:05
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"Não consigo entender o adiamento porque esta OPA está ligada à máquina", afirmou Mário Silva ao Negócios. Os accionistas do BPI estiveram esta quarta-feira, 29 de Abril, reunidos em Serralves, no Porto, tendo decidido adiar para 17 de Junho a desblindagem dos estatutos, na sequência de garantias dadas pelos gestores do CaixaBank que, nessa ocasião, a oferta pública de aquisição (OPA) estaria registada e todos os pormenores seriam conhecidos.

 

A Santoro, ‘holding’ detida por Isabel dos Santos, tem 18,6% do capital do BPI, uma posição que lhe permite vetar a OPA do grupo catalão.

 

Segundo Mário Silva, o "protelamento" da decisão apenas contribui para limitar a gestão do BPI, numa "conjuntura difícil", em que é preciso tomar decisões, impedido que a gestão do banco se "concentre no futuro. Segundo o representante de Isabel dos Santos no BPI, o futuro do banco liderado por Fernando Ulrich "passa pela consolidação". A Santoro tem defendido um cenário de fusão entre o BPI e o BCP, uma possibilidade que este último banco já se mostrou disponível para estudar.

 

No actual quadro, Mário Silva rejeita a possibilidade de existir qualquer tipo de entendimento com o CaixaBank, que detém 44,1% do grupo. "Nos termos em que a OPA foi colocada não é possível" sublinha, classificando a OPA do CaixaBank como "algo do passado". Questionado sobre a possibilidade da Santoro rever a sua posição, caso o CaixaBank aumenta a oferta, Mário Silva responde: "não vou comentar cenários".

 

Mário Silva enfatiza a ideia de que a posição da Santoro no BPI é "absolutamente estratégica" e tem um "cariz estrutural". "Estamos comprometidos com o sucesso do banco" reforçou o gestor. "Trouxemos para cima da mesa uma alternativa, a fusão, que acreditamos ser a melhor e aquela que mais valor coloca para os accionistas", argumenta Mário Silva.  

Na assembleia geral esteve representado 80,52% do capital do banco, uma percentagem que é detida por 149 accionistas. O adiamento da votação da desblindagem dos estatutos foi aprovada por 54,7% dos votos expressos. A Santoro votou contra esta proposta, apresentada por Artur Santos Silva, ‘chairman’ do BPI.

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