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Santander Totta baixa lucros após provisão de 164 milhões para cortar postos de trabalho
Durante o primeiro trimestre o banco chegou a acordo para a saída de 68 trabalhadores e tem como objetivo eliminar mais 100 a 150 postos de trabalho. Além disso tem planos de rescisões voluntárias para os trabalhadores com mais de 55 anos.
O Santander Totta fechou o primeiro trimestre do ano com lucros de 34,2 milhões de euros, valor que representa uma queda de 71,2% face ao mesmo período de 2020, com a unidade do banco espanhol em Portugal a ser penalizada por custos de reestruturação para rescindir contratos com trabalhadores.
Em comunicado o banco assinala que registou uma provisão de 164,5 milhões de euros para fazer face a uma reestruturação do banco, em especial do quadro de recursos humanos.
Durante o primeiro trimestre o banco chegou a acordo para a saída de 68 trabalhadores e tem como objetivo eliminar mais 100 a 150 postos de trabalho no âmbito desta reestruturação.
No âmbito da redução do número de agências bancárias, de 427 para 386 nos primeiros três meses do ano, o Santander Totta fechou 68 acordos de saída do banco com colaboradores abrangidos neste processo. Além disso, arrancou agora com "os procedimentos tendentes a uma redução unilateral que incluirá os demais colaboradores cujas funções se tornaram redundantes, medida que incluirá entre 100 e 150 colaboradores".
Além destes cortes, explica o banco em comunicado, "decorre adicionalmente um programa geral voluntário de saídas para colaboradores com 55 ou mais anos de idade (Plano 55+)", sendo que em junho, "após a conclusão deste Plano, será aprovado um plano de reestruturação, cujo âmbito e dimensão será determinado em função dos resultados do Plano 55+.
O Santander emprega atualmente 950 colaboradores com mais de 55 anos. No total, chegou a março com 5.964 empregados, menos 215 do que no mesmo mês do ano passado. O número de agências baixou em 96 no espaço de 12 meses.
No comunicado, Pedro Castro e Almeida diz que o "Santander tem vindo a fazer um esforço suplementar de controlo de custos, e de adequar a sua operação áquilo que são as necessidades dos seus clientes". O CEO do banco espanhol em Portugal considera que o encargo extraordinário de 164,5 milhões de euros representa por isso um "investimento", com a "necessária otimização da rede de agências e na reestruturação global da nossa atividade".
Ganho com títulos compensa
A impedir uma queda mais acentuada nos lucros (ou mesmo prejuízos) esteve o ganho não recorrente de 140 milhões de euros, que resultou da gestão da carteira de títulos do banco.
"Os resultados em operações financeiras registaram uma subida expressiva, para 144,1 milhões de euros, refletindo a gestão da carteira de títulos do banco", refere o Santander no comunicado, onde dá conta que este ganho foi obtido "num contexto de dificuldade de evolução das receitas recorrentes de natureza comercial, fruto da evolução da conjuntura económica e do nível de taxas de juro negativas".
Os ganhos com a carteira de títulos também influenciaram outros indicadores do banco, como o rácio de eficiência, que diminuiu 7,4 pontos percentuais, para 34,1%.
O produto bancário aumentou 18,7% para 420,8 milhões de euros e os custos operacionais desceram 2,5%, o que resultou num aumento de de 33,7% no resultado de exploração.
Os créditos concedidos a clientes e os recursos de clientes registaram ambos um aumento de 5%, para valores em redor de 43 mil milhões de euros. No comunicado, o banco refere que tem 56 mil clientes com moratórias de crédito, no montante global de 6,4 mil milhões de euros, o que representa 16% da carteira total de crédito e corresponde a uma redução de 25% face ao valor de final de 2020.
O rácio CET1 (fully implemented) foi de 20,1%, um acréscimo de 4,3 pontos percentuais em relação a março de 2020.