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Santander acorda com sindicatos redução de 17% dos serviços centrais em Espanha
São cerca de 1.100 saídas as que estão programadas nos serviços centrais do Santander após a integração do Popular em Espanha. O número configura uma redução face às primeiras indicações. A integração ainda não chegou a Portugal.
O espanhol Santander e os sindicatos chegaram a um princípio de acordo para a redução de pessoal nos serviços centrais na sequência da compra do Banco Popular, segundo dá conta a imprensa espanhola. O acordo definitivo será assinado na próxima semana, dia 12.
Serão 1.100 funcinários a abandonar os postos de trabalho previstos no âmbito do chamado ERE (Expediente de Regulación de Empleo), uma espécie de despedimento colectivo no enquadramento legal espanhol. Segundo os dados da imprensa, o número corresponde a 17% daqueles serviços centrais, cujo quadro chega aos 7.000 trabalhadores.
No entendimento a que chegaram o banco presidido por Ana Botín (na foto) e as unidades sindicais, haverá ainda a realocação de funcionários que actualmente trabalhavam nos serviços centrais dos dois bancos e que irão para empresas do grupo bancário ou para a rede comercial.
As saídas agora estimativas são mais baixas do que as 1.200 que se falavam até aqui e bastante abaixo da redução de 1.585 postos inicialmente prevista. Em causa estarão, sobretudo, pré-reformas ou rescisões por mútuo acordo. O Expansión escreve que a compensação para os funcionários com idade entre 50 e 55 anos será de 80% do salário de oito anos até um limite de 380 mil euros. Já no caso dos trabalhadores abaixo dos 50 anos, a indemnização é de 40 dias por ano trabalhado num máximo de 24 meses de salário, a que podem acrescer ainda prémios de antiguidade.
O Santander contratou ainda uma empresa para procurar emprego para os funcionários afectados pela redução de pessoal que tem como razão principal a compra, por 1 euro, do Banco Popular em Junho passado, na sequência de uma medida de resolução aplicada à instituição financeira.
Em Portugal, está ainda por autorizar, pelas autoridades de supervisão, a integração do Popular Portugal no Santander Totta, já que o primeiro está ainda no balanço do Santander espanhol. No projecto de fusão, noticiado pelo Negócios em Setembro, o banco presidido por António Vieira Monteiro admitia "racionalização" dos trabalhadores após a integração, promovendo "a reestruturação e a integração de equipas". "Estamos sempre disponíveis para negociar saída", disse já o líder do banco de direito português e capitais espanhóis.
Mesmo antes da integração efectiva, a equipa de gestão do Popular, liderada por Carlos Álvares, saiu de funções e foi substituída pelos executivos do Totta, com Vieira Monteiro na presidência.