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Salgado: “Não estou nada preocupado” com impacto do caso Monte Branco
Ricardo Salgado diz não estar preocupado com o impacto que o caso Monte Branco pode ter na confiança dos clientes em relação ao BES. E adianta: “As notícias começaram em Maio e veja o sucesso estrondoso do BES ao longo do ano.”
“Não estou nada preocupado” com impacto das notícias sobre o caso Monte Branco na confiança dos clientes do banco, disse Ricardo Salgado durante a conferência de imprensa de apresentação dos resultados de 2012.
“As notícias começaram em Maio e veja o sucesso estrondoso do BES ao longo do ano. Não estou preocupado se vai causar algum embaraço à imagem do banco” sublinhou.
“Conhecem a decisão do Ministério Público sobre o assunto. Foi claríssimo” disse o banqueiro. Recorde-se que a Procuradoria-Geral da República (PGR) emitiu um despacho em que considera que Ricardo Salgado não é suspeito no caso Monte Branco. E que não existem indícios de crimes fiscais, tal como noticiou o Negócios no dia 30 de Janeiro.
A operação Monte Branco está relacionada com um alegado esquema de fuga ao fisco e branqueamento de capitais através da Akoya, sociedade suíça de gestão de fortunas detida por dois dos arguidos neste processo, Michel Canals e Nicolas Figueiredo, antigos quadros do banco suíço UBS, além de Álvaro Sobrinho, presidente não executivo do BES Angola. Segundo explicou o Ministério Público, em nota de Dezembro, em causa está um conjunto de movimentos financeiros, ocorridos entre 2006 e 2012, realizados no quadro de um esquema de ocultação da origem dos fundos e da sua conversão em numerário, abrangendo montantes, na totalidade, "superiores a 30 milhões de euros".
Sobre a posição do Banco de Portugal mostrou satisfação com “a sensibilidade” que o supervisor mostrou ao fazer este comunicado. “Estou de consciência tranquila” frisou.
O Banco de Portugal quebrou esta terça-feira o silêncio e emitiu ao início da tarde um comunicado invulgar em que afirma implicitamente que não pesam suspeitas sobre a idoneidade de Ricardo Salgado, presidente do BES, que saltou para o palco mediático depois de ter feito três correcções à sua declaração de rendimentos de 2011 e de ter revelado que recorreu por três vezes ao programa extraordinário de regularização tributária (RERT) para beneficiar de amnistia fiscal sobre capitais trazidos do estrangeiro.