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Ricciardi defende modelo da TAP para o Novo Banco

Para o banco que sucedeu ao BES, a melhor solução, segundo José Maria Ricciardi, é manter a maioria no Estado e vender o resto a privados. E diz que já tem interessados em participar num aumento de capital da instituição.

Miguel Baltazar
08 de Junho de 2016 às 16:53
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A venda nos moldes actuais, segundo o presidente do banco de investimento que pertence aos chineses da Haitong, é possível. "Não será difícil [alienar o banco] mas será com um desconto gigantesco". O banco foi capitalizado, aquando da constituição em Agosto de 2014, com 4,9 mil milhões de euros, através do Fundo de Resolução, num empréstimo financiado em 3,9 mil milhões pelo Estado.

"Para preservar o dinheiro dos contribuintes, através dos efeitos que trará para a Caixa Geral de Depósitos, e para não descapitalizar o sistema financeiro, tem de ser seguido um caminho gradual e de negociação com a União Europeia", avança.

 

Essa negociação é necessária porque a intenção é manter o Fundo de Resolução como accionista do Novo Banco por mais tempo - mas não accionista único. "Acho que se tem de ir pela capitalização. Só mais tarde pela venda do capital. A capitalização com uma pequena compra do que está no Fundo de Resolução, mantendo o resto lá para ser vendido mais tarde com o Novo Banco já numa fase de rentabilidade", sugere o líder do banco de investimento que diz que há investidores com vontade de entrar para seguir esta modalidade.

 

Para o banqueiro, primo de Ricardo Salgado, o Banco de Portugal, o Fundo de Resolução e as entidades europeias deveriam pensar nesta opção "para o bom interesse da estabilidade financeira. "Se o banco adquirir uma nova marca, deixar de ser de transição, um novo futuro com um, dois ou três accionistas poderosos poderá vir a valorizar muito mais a participação do Fundo de Resolução do que vender imediatamente", defende. 

 

"Se acham que uma das soluções é deixar o banco no Estado, o banco tem de ser capitalizado. Numa comparação grosseira, um bocadinho do que se está a fazer na TAP", compara, adiantando que o Estado manteve a posição mas os investidores privados entraram e capitalizaram a empresa.

 

A ideia é defendida por um banqueiro que está interessado no processo: "O Haitong Bank e outros bancos de investimento terão capacidade de apresentar investidores nesta modalidade", adianta, referindo-se à entrada de accionistas para um aumento de capital em vez da venda imediata.

"Nós temos contactos com investidores que poderão estar interessados numa solução destas", afirmando que, embora não tenha nada assinado, tem "demonstrações fortes" da intenção de serem adquiridas "participações importantes no Novo Banco" – ainda que ressalve que não da maioria do capital. Mas apenas nestes aumentos de capital e não na venda directa.

*O jornalista viajou para Nova Iorque a convite do Haitong Bank 

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