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Novo Banco com prejuízos de 249,4 milhões no primeiro trimestre

O valor compara com 117,8 milhões de euros de resultado negativo um ano antes, comunicou esta sexta-feira o banco à CMVM.

Bloomberg
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O Novo Banco encerrou o primeiro trimestre com um prejuízo de 249,4 milhões de euros, um valor que compara com 117,8 milhões de euros de resultado negativo um ano antes, comunicou esta sexta-feira o banco à CMVM.

A provisão para custos de reestruturação e contribuição sobre o sector bancário pesaram negativamente. Já pelo lado positivo, a instituição refere a "não mensualização do custo da contribuição para o Fundo de Resolução Nacional". 

"Sem estes efeitos o resultado do trimestre seria negativo em 140,1 milhões de euros", refere o banco liderado por Eduardo Stock da Cunha. Recorde-se que o Novo Banco encerrou o ano de 2015 com prejuízos de 980,6 milhões de euros

Já o resultado operacional foi de 78,9 milhões de euros, um aumento de 152,1% face à media trimestral de 2015, segundo o mesmo comunicado. Este montante é 63% "do valor alcançado em todo o exercício de 2015 (125 milhões de euros)", salientou o banco.

O produto bancário comercial da instituição fixou-se em 210,9 milhões de euros, "com o resultado financeiro a evidenciar um crescimento de 24,9% face à média trimestral de 2015, confirmando o contributo crescente deste agregado para a melhoria das receitas", explicou o Novo Banco no mesmo documento. 

A instituição alcançou resultados de operações financeiras de 27,3 milhões de euros. Por outro lado, os custos operativos, de 155,2 milhões de euros, "evidenciam uma forte diminuição de 17,8% face à média trimestral de 2015, refletindo o esforço de redução de custos empreendido pelo grupo através, nomeadamente, da simplificação e melhoria de processos e da optimização da estrutura operativa e comercial", referiu o mesmo comunicado.

Transferência de obrigações para o BES afectou grandes depósitos

Enquanto os depósitos de clientes particulares cresceram 44 milhões para o nível mais elevado desde a criação do Novo Banco, em Agosto de 2014 - para 18,1 mil milhões de euros -, os depósitos de grandes clientes recuaram em 2,2 mil milhões, sendo parte explicada pela transferência do BES Vénetie e do NB Ásia para activos em descontinuação e a maior fatia pela "redução de preço que tornou a oferta neste segmento menos competitiva".

O banco liderado por Stock da Cunha realça ainda o efeito que tiveram neste capítulo "as repercussões da retransmissão de cinco emissões seniores para o perímetro do BES", decidida pelo Banco de Portugal. A decisão, afirma a instituição, teve "repercussões na captação de recursos de clientes", na medida em que levou ao downgrade dos ratings de depósitos de longo prazo, o que causou uma redução dos depósitos de alguns grandes clientes institucionais e empresariais".

No total, os depósitos ficaram em 25,1 mil milhões, menos 2,2 mil milhões de euros, (ou -8,1%) em relação a Dezembro de 2015


O crédito a clientes recuou 2,2 mil milhões de euros, sendo mais de metade deste valor associada, explica, ao efeito BES Vénetie e NB Ásia. Ou seja, diz o banco, não afectando o crédito às PME exportadoras. Já o crédito a particulares aumentou "36% face à média mensal de produção de 2015". No crédito à habitação, essa produção média mensal foi ainda superior: cresceu 53%.

O Novo Banco fechou o trimestre com provisões de 348,2 milhões de euros, "as quais incluem uma provisão para custos com o processo de reestruturação em curso, no valor de 109,6 milhões de euros", explicou o banco.

Investimento em dívida pública aumenta em 546 milhões de euros

As aplicações em títulos de dívida pública portuguesa totalizaram até Março os 3,23 mil milhões de euros, contra os 2.685 milhões de euros nas mãos do banco no final do ano passado. Um aumento de 546 milhões de euros, ou 20,3%, que ocorre em contraciclo com a detenção de outra dívida pública pela instituição - capítulo que recuou 15,1%.
 
Os activos da instituição ascenderam a 56 mil milhões de euros no final do primeiro trimestre, uma queda de 1,6 mil milhões de euros em relação ao final de 2015 "em linha com a prossecução do processo de desalavancagem do balanço". 

O rácio Common Equity Tier 1 (CET1) phased-in fixou-se em 12,4% (10,7% em regime de full implementation), um recuo em relação ao rácio de 13,5% verificado no final de 2015.  "A variação (...) resulta, do lado dos ativos ponderados pelo risco, da continuação do esforço de deleverage e, do lado dos fundos próprios, dos resultados negativos e do efeito da alteração de ano no regime transitório", justifica o banco.

(Notícia em actualizada às 9:20 com mais informação)
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