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Ricardo Salgado diz à TVI que "a verdade sobre o BES virá ao de cima"

O ex-presidente do Banco Espírito Santo disse, em declarações à TVI à saída do tribunal de Santarém, que não é o responsável pela queda do império BES. E, sublinha o canal de Queluz, deixou subentendido que o dedo deve ser apontado ao Banco de Portugal.

Negócios 08 de Março de 2017 às 21:37
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"Vamos aguardar, a verdade virá ao de cima e então veremos certamente quem são os verdadeiros responsáveis pelo que aconteceu ao BES", declarou hoje Ricardo Salgado à TVI, à saída do tribunal de Santarém, onde está a ser julgado o caso da venda de papel comercial da Espírito Santo Internacional -  "chapéu" de várias empresas do grupo - aos balcões do BES.

 

Este julgamento em Santarém está ainda na fase inicial e envolve a audição de mais de 50 testemunhas. Salgado não tinha de estar presente, "mas faz questão", sublinha a TVI, referindo que o ex-banqueiro recorreu e diz estar concentrado na defesa.

"Estamos verdadeiramente na casa da Justiça, não é a situação anterior do julgamento que foi feito, distorcido, pelo Banco de Portugal, inclusivamente escondendo elementos fundamentais para apurar a verdade", afirmou à TVI.

 

E sobre esses elementos fundamentais, Ricardo Salgado refere "o estudo encomendado à Boston Consulting Group" e o facto de também não ter sido aceite "o depoimento da senhora que assinou a resolução do BES, que nós gostaríamos de ouvir e o Banco de Portugal não deixou".

 

"O estudo da Boston Consulting Group que Salgado refere é o documento que ficou conhecido como a auditoria que terá apontado falhas à actuação do Banco de Portugal na resolução do BES e que o supervisor recusou também entregar à comissão de inquérito parlamentar alegando ‘segredo profissional’", recorda o canal de Queluz.

Com efeito, esta auto-avaliação feita pelo Banco de Portugal no caso Banco Espírito Santo, através do apoio técnico da Boston Consulting Group (BCG), deixou críticas à actuação do supervisor e apontou falhas no acompanhamento feito ao banco. As dúvidas deixadas no relatório conhecido como Costa Pinto, herdando o nome do presidente do conselho de auditoria do regulador que o liderou, remontaram ao início da década passada.

O grupo de trabalho – cuja denominação oficial era "comissão de avaliação às decisões e à actuação do Banco de Portugal na supervisão do BES" – tinha como missão avaliar como o regulador tinha actuado "nos três anos que antecederam a aplicação da medida de resolução ao BES para apurar eventuais deficiências".

Mas o trabalho foi além disso: o documento levantou problemas na actuação sob dois governadores: Carlos Costa, mas também Vítor Constâncio. Os dois governadores partilham uma personalidade comum na área de supervisão: Pedro Duarte Neves foi o vice-governador responsável pela supervisão prudencial no segundo mandato de Constâncio e no primeiro de Carlos Costa.

No relatório, que contava com cerca de 600 páginas, foram organizados vários blocos sobre aspectos específicos do banco, desde a articulação do BES com o Banco de Portugal ao financiamento do banco e do grupo, passando pela ligação a Angola, pela idoneidade de Ricardo Salgado e ainda pela evolução da estrutura do Grupo Espírito Santo.

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