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Reserva Federal detecta problemas nas contas do Deutsche Bank
A Reserva Federal de Nova Iorque levou a cabo uma análise às operações do Deutsche Bank nos EUA e identificou alguns problemas, classificando os seus relatórios financeiros de "imprecisos e não confiáveis".
Segundo o Wall Street Journal, o banco central terá concluído que a operação americana do banco alemão foi alvo de fiscalização e auditoria inadequada e um fraco sistema tecnológico.
"A dimensão e extensão dos erros sugerem fortemente que toda a estrutura de reporte regulatório da empresa nos Estados Unidos requer uma ampla acção de correcção", refere Daniel Muccia, vice-presidente da Fed de Nova Iorque, numa carta dirigida ao banco a 11 de Dezembro, citada pela mesma fonte.
Esta mesma carta realça ainda que o Deutsche Bank não realizou nenhum progresso na correcção de problemas identificados anteriormente. Daniel Muccia sublinhou ainda que as deficiências detectadas expõem o banco a riscos operacionais.
A investigação terá detectado erros e "integridade insuficiente dos dados" em documentos tornados públicos e que são utilizados por agências fiscalizadoras, economistas e investidores. Os relatórios em questão referem-se aos exercícios de 2002, 2007 e 2012, segundo o jornal.
"Desde 2002, a Fed de Nova Iorque tem vindo a destacar deficiências significativas na estrutura dos relatórios regulamentares da empresa que não foram corrigidas durante uma década", explica a carta do mesmo responsável do banco central.
Um exemplo mencionado pelo jornal, terá ocorrido após a avaliação anual em 2012. A Fed de Nova Iorque terá sinalizado uma preocupação específica sobre como uma subsidiária do Deutsche Bank estava a classificar activos potencialmente problemáticos, o que tornava os seus dados "imprecisos".
Também a auditora KPMG terá detectado "deficiências" na forma como a unidade americana do banco reportou os seus dados financeiros, no ano passado, realça o Wall Street Journal.
"Temos estado a trabalhar diligentemente para reforçar mais os nossos sistemas e controlos e estamos comprometidos em ser os melhores", afirmou Michele Allison, porta-voz do banco, em comunicado citado pela Bloomberg.
Recorde-se que, em Janeiro, o banco anunciou que estava a investir em controlos mais robustos para satisfazer as exigências regulatórias. Já este mês, revelou que pretende contratar cerca de 500 pessoas, até ao final do ano, para as áreas de compliance, risco e tecnologia nos Estados Unidos.
As acções do banco seguem a desvalorizar 1,84% para 26,165 euros, depois de terem já desvalorizado mais de 2%.