Afinal tudo fica como sempre esteve. A secretária do Tesouro dos EUA negou esta quarta-feira, diante do Congresso, a notícia da Bloomberg que avançava que o Tesouro está a trabalhar numa medida temporária para cobrir todos os depósitos.

"Não estamos a analisar isto", afirmou Yellen, acrescentando que este não é o momento certo para discutir se o tecto imposto à cobertura dos depósitos deve ser aumentado.

"Não considerei nem discuti nada sobre uma cobertura geral ou garantias sobre depósitos", respondeu a governante ao ser questionada por um senador.

Atualmente, o governo norte-americano assegura os depósitos até 250 mil dólares, o que significa que a recuperação do restante capital por parte dos clientes é sempre uma incógnita.

Ora esta terça-feira a agência de informação noticiou que o Departamento norte-americano do Tesouro estava a ponderar garantir todos os depósitos, no que – a acontecer – seria uma expansão temporária que poderia ascender a dois anos.

E isto sem ser necessária a aprovação formal do Congresso, já que o Tesouro poderia recorrer aos 30 biliões de dólares que estão no Exchange Stabilization Fund.

Nos EUA, três bancos regionais fecharam portas em pouco mais de uma semana. O Silvergate Capital, ligado ao setor cripto, foi o primeiro. Logo depois, quando o Silicon Valley Bank (SVB) começou a dar sinais de debilidade, os seus clientes não esperaram para ver. A 8 de março acorreram a levantar o dinheiro depositado, levando a que o banco regional norte-americano afundasse mais de 60% em bolsa.

Dois dias depois, a agência Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC), que garante os depósitos da banca, anunciou o fecho de portas do SVB e foi nomeada liquidatária da instituição.

O pânico prosseguiu, a ponto de a FDIC assumir também o controlo do Signature Bank, a 12 de março. Nesse mesmo dia, anunciou que, excecionalmente, a FDIC garantiria todos os depósitos acima dos 250 mil dólares, o que aliviou o setor.